Por Washington Luiz de Araújo, Brasil 247 –
Esses ditos torcedores fazem o que querem, pois sabem que dificilmente serão punidos na forma da lei. É assim com aqueles que hoje saem às ruas para agredir quem usa camisa vermelha
Nos últimos tempos não me sai da cabeça que a proteção concedida por grande parte da chamada velha mídia àqueles que se posicionam contra o governo federal e ao PT têm muito a ver com a proteção dada pelos clubes e por essa mídia às chamadas torcidas organizadas.
Integrantes de torcidas organizadas cometem crimes de várias espécies, até de morte, e quase nunca são punidos como deveriam. Acompanham os seus times para todos os lugares, cometem atrocidades como o de jogar morteiros e matar torcedores adversários, trocam tiros dentro das próprias sedes, armam ciladas para torcedores de outros times nas proximidades de seus estádios e depredam dependências esportivas. Isso não é uma tônica somente brasileira, como se viu por exemplo em recente jogo pela Libertadores entre Boca Juniors e River Plate, quando um torcedor, que é protegido por diretores do primeiro clube, jogou gás pimenta nos jogadores do adversário quando regressavam para o segundo tempo da partida, causando intoxicação e queimaduras em cinco deles.
Esses ditos torcedores fazem o que querem, pois sabem que dificilmente serão punidos na forma da lei. É assim com aqueles que hoje saem às ruas para agredir quem usa camisa vermelha, quem não é do “time” deles: depredam bens públicos, fazem apologia à ditadura militar, pregam e praticam agressões verbais e físicas.
O PSDB, desde as manifestações de junho de 2013, vem apoiando – e da pior forma: instigando veladamente, incentivando dos bastidores, dando o tapa e escondendo a mão, de forma covarde e imoral. Estão alimentando cães raivosos, como afirmei aqui no Brasil 247 recentemente. O estado de direito corre sério risco com a proteção a este tipo de gente, que prega o ódio acima de tudo. Outro dia, o filho do blogueiro de direita Ricardo Noblat foi agredido por esses arruaceiros, mesmo tendo um bebê ao colo. O “crime” do filho do Noblat foi o de trajar uma camisa vermelha. O blogueiro se manifestou como um pai preocupado deveria fazê-lo. No entanto, fecha os olhos diante de tantos outros exemplos semelhantes. Afinal, era contra o governo federal, contra o PT….
Sinceramente, não vejo nenhuma diferença entre esses dois tipos de facções – a política e a futebolística. E constato que alguns dirigentes de clubes, integrantes de federações, da CBF e da justiça desportiva são tão cúmplices quanto alguns partícipes e artífices de partidos políticos, confrarias da velha mídia e judiciário. Eles insuflam o ódio e a destruição, cada um ao seu estilo (e volta e meia todos do mesmo jeito).