Beth Caló pelo Facebook

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QUE SUFOCO!

Está difícil respirar. Muitas pessoas, desinformadas, formam sua opinião baseadas em dados exaustivamente disseminados pela mídia. Assim como a delação seletiva, julgamento seletivo e prisões seletivas, a informação seletiva – e muitas vezes distorcida – criou, ao longo dos últimos anos, um perfil de cidadão/eleitor com o qual fica difícil manter um diálogo construtivo, sereno, produtivo.

Que canseira. Que raiva. Que preguiça. Que desânimo. Que falta de ar! O cenário é claustrofóbico, triste, desconcertante, frustrante, mas também compreensível. Afinal, tais pessoas “desinformadas” assistem aos noticiários da TV, leem jornais, revistas, passam por este ou aquele site e percebem a realidade de acordo com os conteúdos dos veículos aos quais estão acostumadas a ter acesso.




Elas estão erradas? Não. Claro que não. Julgando-se “informadas”, elas querem participar, opinar, protestar, sugerir, exercitar cidadania. E, é óbvio, não querem ser chamadas de reaças, coxinhas e outras coisas bem piores que saem da boca de quem está aflito, no limite, vendo a vaca ir para o brejo por conta de armações espúrias da ala golpista da política brasileira que age (vamos resumir?) de acordo com o interesse do capital nacional e internacional. Com total conivência e estímulo da mídia. A mídia fala em uníssono, o cidadão mediano ouve em uníssono. O resultado é esse: muita gente falando muita bobagem. E uma minoria ouvindo o que não aguenta mais ouvir (ou ler): um festival de bobagens.

Tempos difíceis. As pessoas perderam a paciência. E nesse embate – entre os que têm melhor qualidade de informação X os que se alimentam apenas das informações golpistas – , desenvolve-se uma guerra onde não há derrotados ou vencedores. Todos perdem, todos se irritam, todos ficam sem paciência, Laços afetivos – familiares, de amizade, de coleguismo – se rompem, acirram-se as discussões, aumenta a polarização e o ódio. E as pessoas, sentindo-se cada vez menos compreendidas, passam facilmente da tristeza para a raiva e o ódio. Afinal, como muita gente sabe, a raiva, muitas vezes, não deixa de ser apenas uma forma de esconder as frustrações e a tristeza. Duas faces da mesma moeda.

As inúmeras iniciativas de Ongs, sites, análises de intelectuais acima de qualquer suspeita, blogs “sujos” e movimentos coletivos em geral – que se propõem a botar os pingos nos “is” – fazem a sua parte, mas estão longe, ainda, de conseguir adesão significativa da população – de ficar páreo a páreo com os golpistas.

Mauro Santayana (http://www.maurosantayana.com/), Janio de Freitas, Jornalistas Livres (https://www.facebook.com/jornalistaslivres?ref=br_rs), Repórter Brasil (http://reporterbrasil.org.br), Transparência Brasil (http://www.transparencia.org.br), ONU (http://www.onu.org.br), Anistia Internacional (https://anistia.org.br), Estatísticas e Relatórios do Banco Mundial (http://www.worldbank.org/pt/country/brazil), Fundação Perseu Abramo (http://novo.fpabramo.org.br), World Economic Outlook (http://www.imf.org/external/…/weo/2015/01/weodata/index.aspx), Worldwatch Institute (http://www.worldwatch.org), IMF (http://www.imf.org), IPCC (http://www.ipcc.ch/), GRI (https://www.globalreporting.org), IFC -International Finance Corporation(http://www.ifc.org/), SustainAbility (http://www.sustainability.com), Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (http://cebds.org/), IPEA (www.ipea.gov.br), PNDU -Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (http://www.pnud.org.br/) , Relatórios do BNDES http://www.bndes.gov.br/…/Relacao_Com_Inve…/Relatorio_Anual/), Treasury (http://www.treasury.gov/ticdata/Publish/mfh.txt), Fairness And Accuracy in Reporting (FAIR) – Imparcialidade e Transparência na Informação (http://fair.org/). Estes são apenas alguns exemplos de fontes confiáveis que as pessoas poderiam consultar antes de tirarem suas conclusões.

No Sonegômetro (http://www.quantocustaobrasil.com.br/), por exemplo, você fica sabendo que a evasão de divisas e sonegação de impostos no Brasil, já atingiram, só neste ano (de 01 de janeiro a 11 julho de 2015) o valor de 272 bilhões, 239 milhões, 182 mil, 492 reais. Tal quantia equivale a: Construir 2.630.330 km de asfalto ecológico ou Comprar 209.575.968 Notebooks ou Construir 19.727.477 salas de aula equipadas ou Pagar 13.338.519 salários anuais de professores do ensino fundamental (piso MEC) ou Pagar mais de 401.532.718 salários mínimos ou Distribuir 3.889.131.178 bolsas família ou Comprar mais de 12.246.477 carros populares (Fiat Mille Economy 2p) ou Construir mais de 5.671.650 ou Comprar 3.381.853 ambulâncias equipadas ou Construir 7.778.262 casas populares de 40m2.

Você acha que gastamos muito com a Copa de 2014? OK. Você tem todo o direito de ficar bravo. Não se esqueça, porém, de que o valor da sonegação e de remessa para paraísos fiscais foi 12 vezes maior. Em 7 de agosto do ano passado a Sinprofaz – Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda (http://www.sinprofaz.org.br/) apontava cálculo de 25,6 bilhões de gastos globais com a Copa, enquanto a sonegação chegou a 300 bilhões de reais – o equivalente a mais de 200 Maracanãs, 300 Itaquerões ou quase 50 vezes o que foi destinado a todos os aeroportos das cidades-sede.

Omissão de algumas informações + manipulação de outras contribuíram muito para que chegássemos onde chegamos. O governo passa por uma crise. Merece críticas, protestos, sugestões, pressão etc. Mas também é preciso haver um esforço, de todas as partes, para que as críticas sejam bem fundamentadas. Informação e conhecimento são essencias, indispensáveis. E também constituem-se na forma mais eficiente de ter poder e discutir com o poder já estabelecido.

Bora estudar minha gente. Bora deixar as panelas, os megafones, os chavões e mimimi de lado, por um tempo, pra tentar entender, de verdade, o que se passa nesse país. Que tal checar informações antes de postá-las no FB? Que tal ser menos refratário a novas informações, novos entendimentos? Que tal segurar a onda em relação aos próprios preconceitos, crenças arraigadas? Que tal pensar mais com a cabeça do que com o fígado? Que tal fugir das discussões inúteis?.

Não sei se consigo fazer tudo isso. Mas minha meta, podem ter certeza, é tentar. O Brasil é um grande país. E podemos fazer dele um lugar ainda muito melhor. Bora dar uma chance. A nós, aos outros e à nossa pátria – neste momento nem tão gentil, O que custa tentar?

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