Escritor cuidará da BN e atriz, da Funarte, enquanto Palmares, fustigada no governo anterior, terá nome vindo do Olodum
Por Redação RBA
Na foto: Marco Lucchesi e Maria Marighella: novos ares na cultura
São Paulo – A ministra da Cultura, Margareth Menezes, já nomeou praticamente toda a sua equipe, nas instituições que ficam sob a responsabilidade da pasta. Ontem, por exemplo, a atriz e gestora Maria Marighella confirmou a indicação para a Fundação Nacional das Artes (Funarte). E o poeta, romancista e ensaísta Marco Lucchesi, integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL), vai presidir a Biblioteca Nacional, criada por decreto de 1810.
Além deles, Joelma Gonzaga será a secretaria nacional do Audiovisual, Zulu Araújo é o novo titular da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural e Marcos Souza, na de Direitos Autorais e Intelectuais. Outra mudança importante ocorre na Fundação Cultural Palmares, fustigada na gestão anterior. Agora, o órgão ficará sob a responsabilidade do produtor cultural Jorge Rodrigues, presidente do Olodum. O secretário-executivo do ministério é o historiador gaúcho Marcio Tavares.
Clube de tiro ou biblioteca?
Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marco Lucchesi recusou-se, no ano passado, a receber comenda que também seria dada pela Biblioteca Nacional ao deputado bolsonarista Daniel Silveira. “Se eu aceitasse a medalha seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiro a uma biblioteca”‘, afirmou na ocasião. Outros integrantes da Academia também rejeitaram a homenagem.
Ontem, em rede social, Lucchesi comemorou a indicação para a mesma BN. “Frequento aquela Casa, que amo, desde a adolescência. Respeito seus funcionários. Trabalharemos em conjunto”, afirmou, prometendo “absoluto compromisso” com a instituição. “A Biblioteca Nacional é um dos maiores patrimônios do Brasil e do Ocidente.”
“Refundação” da cultura
“É uma grande responsabilidade ser a primeira mulher nordestina a ocupar esta Presidência”, afirmou Maria Marighella, também em rede social. Vereadora em Salvador pelo PT, ela também é atriz e neta do guerrilheiro Carlos Marighella. “Refundaremos também a Funarte com a força da Cultura de todo Brasil”, acrescentou. A ativista também foi coordenadora do Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).
“A cultura incomoda, a cultura mexe, a cultura desobedece, e floresce, e por isso ela é também expressão democrática e de direitos. Dentro dela, a arte oxigena porque revolve camadas profundas do nosso viver e do nosso ser”, afirma a ministra Margareth Menezes.