No Rio Grande do Sul, por exemplo, a boca de urna do IBOPE dava 35% para Tarso Genro (PT), 29% para Ivo Sartori (PMDB) e 21% para Ana Amélia (PP). Terminou com 40% para Sartori, 32,5% para Tarso e 21% para Ana Amélia.
Se notará e se poderá dizer que na última hora o eleitorado desembarcou de Ana Amélia e rumou em massa para Sartori. Lembrarão da quantidade de opções na urna eletrônica numa eleição que é proporcional e, ao mesmo tempo, só lá no final da lista tem os nomes da majoritária, e que nessa romaria pela urna o PT sempre perde uma margem de votos de certas porções do seu eleitorado, como já notou Antonio Lavareda.
Ok, tudo isso pode ser alegado, mas essas viradas aí acima e logo abaixo, entre outras, podiam ser detectadas, intuídas nas últimas 24 horas até mesmo sem pesquisas. Bastava o cheiro. Pergunte-se: se a boca de urna, feita no dia, não capta esse sismos…pra que a boca de urna?
No Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno, contra Pezão (PMDB) e não Garotinho (PR) como previa a boca de urna, outra enorme derrapada, assim como Fernando Bezerra (PSB) e não João Paulo se elegendo senador em Pernambuco, e com o dobro da votação do petista.
Mas o mais estrondoso erro se deu na Bahia. Por meses se cantou a vitória de Paulo Souto, do DEM. A Bahia carlista -e o neocarlismo de ocasião- festejaram antes, armários foram escancarados. E Rui Costa, do PT, levou no primeiro turno, junto com ele Otto Alencar (PR), que derrotou Geddel Vieira Lima (PMDB) na luta pelo Senado.
Na Bahia erro magnífico, com testemunha, porque por todo esse tempo o instituto Babesp anunciava resultados bastante diverso. Como o dono do Babesp é o presidente da Assembléia, Marcelo Nilo, o instituto é chamado de “DataNilo”. Pois esse, seja de que forma for, esteve sempre mais perto do acerto, ou ao menos muito mais longe do gigantesco erro que neste domingo levou a tanto ranger de dentes, por um lado e do neolado, e também, de outro lado, a festejos na velha Bahia.