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Jornalistas que faziam a cobertura ao vivo dos atos a favor e contra Bolsonaro registraram que o grupo bolsonarista foi o responsável pela violência
Jornal GGN – O dia de protestos pró-democracia, em São Paulo, no final da manhã e início da tarde deste domingo (31), terminou em um confronto, com a intervenção direta da Polícia Militar (PM), que chegou a disparar bombas de gás lacrimogêneo e prendeu seis pessoas. Os responsáveis pelo confronto foram bolsonaristas que, do outro lado da Avenida Paulista foram defender o mandatário, pedir intervenção das Forças Armadas e atacar o governador João Dória.
Este outro grupo, localizado próximo à Fiesp, pediam “socorro” das Forças Armadas e chamavam Dória de “genocida”. Jornalistas que faziam a cobertura ao vivo dos atos a favor e contra Bolsonaro registraram que o grupo bolsonarista foi o responsável pela truculência. A CNN exibiu imagens, por exemplo de um manifestante que carregava uma bandeira neonazista, entre os apoiadores de Bolsonaro, iniciando a briga.
A fotógrafa Thaís Haliski também acompanhou os atos e testemunhou que membros do grupo bolsonaristas provocaram o conflito. “Algumas pessoas do ato favorável ao presidente começaram a andar várias vezes até o MASP para provocar e xingar de vagabundos e de outras coisas aqueles que participavam do outro ato”, afirnou ao Uol.
O confronto fez a Tropa de Choque atacar os manifestantes pró-democracia, com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, somente contra o lado dos manifestantes que pediam a saída de Jair Bolsonaro. “Um colega meu foi atingido por estilhaços de bomba na perna. Eu vi um policial militar jogar uma bomba em minha direção. Eu quase fui atingida na cabeça. Eu cubro protestos há anos e nunca vi nada parecido. A quantidade de bombas lançadas foi impressionante”, narrou a fotógrafa.
Duas estudantes de 21 anos narram que ao final do ato e foram agredidas com socos de apoiadores de Bolsonaro e jatos de spray de pimenta de policiais militares. “Já tinha acabado e nós estávamos voltando para o carro, que estava na (Avenida) Brigadeiro. Lá, viram a gente e partiram para cima”, contou uma delas. “A gente achou que eles (PM) estavam lá para nos proteger, mas quando viu, fomos nós, as agredidas, que foram detidas”, disse outra, ao Uol.
Ainda foram levados presos seis pessoas entre os manifestantes pró-democracia, cinco destes envolvidos na briga provocada pelo apoiador do presidente. “Na Alemanha, se você usa uma bandeira nazista, é preso. Aqui, os nazistas usam bandeira do Brasil”, afirmou uma das estudantes.
As imagens foram registradas aqui: