Por Leandro Fortes, jornalista, Cobra Criada, Facebook
Cheiro de enxofre. O misto de inépcia e demência que norteia os atos de Bolsonaro acabou por criar, com pouco mais de 10 meses de governo, uma tempestade perfeita contra a democracia.
Aprisionado ao mundinho mesquinho do baixo clero da Câmara dos Deputados, de onde nunca deveria ter saído, Bozo levou para o Palácio do Planalto os maus modos de uma vida parlamentar medíocre e inútil. Não tem projetos, não tem ideias, não tem educação, não tem inteligência, não tem higiene, não tem amigos e, agora, não tem mais base parlamentar.
Eleito na bruma tóxica da antipolítica turbinada por fake news, Bolsonaro acreditou – aliás, não tem estrutura mental para fazer o contrário – que poderia governar macaqueando memes que sua trupe de idiotas procria nas redes sociais, como ratos que são. Mais ainda: acreditou que o torpor de idiotia nacional, potencializado pela histeria antipetista, iria durar para sempre.
A luta intestina desencadeada no PSL é emblemática desse estado de coisas. O líder do partido na Câmara dos Deputados, delegado Waldir, em meio a palavrões e impropérios, anunciou ter um vídeo capaz de “implodir” o presidente da República, a quem chamou, solenemente, de “vagabundo”.
Ato contínuo, Bolsonaro recrutou o filho mais burro, o 02, em meio à luta para torná-lo embaixador, para roubar o cargo de Waldir, mas se deu terrivelmente mal. Não só levou uma rasteira como, de quebra, viu os dois filhos parlamentares – Eduardo e Flávio – serem destituídos das lideranças do PSL, em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente.
Agora, Bozo acaba de se livrar de Joice Hasselmann, a menina veneno do bolsonarismo, defenestrada da liderança do governo no Congresso Nacional. Trata-se de um paiol ambulante de ódio e vingança que, inevitavelmente, irá se voltar, como um tanque de guerra, contra o Palácio do Planalto.
É para assistir de camarote.