Para o diretor do Instituto Atlas há um “cansaço estrutural com o bolsonarismo” e a rejeição ao presidente “veio pra ficar”
Por Marcelo Hailer, compartilhado da Revista Fórum
Pesquisa divulgada pelo Instituto Atlas revela que pela primeira vez a aprovação do presidente Jair Bolsonaro ficou abaixo de 20%: apenas 19% dos entrevistaram classificam o seu governo como bom ou ótimo.
O instituto chama atenção para o fato de que há um ano a aprovação do presidente era 31%; em janeiro de 2019, de 39%.
Consequentemente, a reprovação ao desempenho do presidente explodiu: 60% dos entrevistados consideram a sua gestão como “ruim” ou “péssima”; 20% consideram “regular”.
Bolsonaro: desempenho pessoal despenca
Quando os entrevistados foram instados a avaliar o desempenho pessoal do presidente, os números pioram: 65% desaprovam; e 29% aprovam.
Ainda de acordo com o instituto, três fatores são fundamentais para entender esses números: 59% dos entrevistados acham que a corrupção está aumentando; 65,2% acreditam que a criminalidade aumentou e para 72% a economia do país está pior.
Para o diretor do Instituto Atlas, Andrei Roman, o eleitorado está “cansado do bolsonarismo”.
“Parece que há um cansaço estrutural do bolsonarismo. Antes, a popularidade de Bolsonaro caía quando ele criava uma crise ou surgia uma notícia ruim, mas sempre se recuperava rapidamente após a fase de maior turbulência. Agora ele parece ter perdido essa capacidade de pronta recuperação. Sugere um desgaste que veio para ficar”, analisa Roman.
Top 5 rejeitados e aprovados
O Instituto Atlas também averiguou quem são as cinco lideranças políticas com maior rejeição e aprovação.
Entre os cinco mais rejeitados, Bolsonaro lidera com 65%, seguido de Paulo Guedes (ministro da Economia) que tem 61%, Doria com 58%, Moro com 55% e Haddad 51%.
Já entre as lideranças com o maior índice de aprovação, Lula lidera com 48%, seguido de Bolsonaro, que tem 32%; Haddad, 32%; Ciro Gomes com 30%, e Moro também com 30%.
Metodologia
Segundo o Instituto Atlas, a pesquisa foi feira pela internet via anúncios publicitários, por onde a consultoria dispara milhares de convites para os internautas responderem.
Dispositivos de segurança impedem que o respondente repasse a pesquisa para outra pessoa.
A partir daí, resposta são coletadas até que haja quantidade suficiente que se enquadre no perfil da amostra desenhada. Calibragens são feitas para corrigir falta ou excesso de representação e eventual viés de não resposta por certos grupos.
Dessa maneira, esse tipo de pesquisa só pode ser comparado com levantamento que usou o mesmo método, não pode ser comparado com levantamentos via telefone, entrevistas presenciais e mensagem gravada.
O levantamento foi realizado entre os dias 23 e 26 de novembro.