Bolsonaro diz que Decotelli tem inadequações curriculares, mas critica “deslegitimação”

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Por Victor Ohana, compartilhado de Carta Capital – 

Carlos Decotelli, o novo ministro da Educação. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
CARLOS DECOTELLI, O NOVO MINISTRO DA EDUCAÇÃO. FOTO: MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que há “inadequações curriculares” nos registros do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, mas criticou o que chamou de “formas de deslegitimação” contra o escolhido para chefiar a pasta. A declaração ocorreu nesta segunda-feira 29, nas redes sociais, após reunião com o novo chefe da pasta.




Anunciado como sucessor de Abraham Weintraub, Decotelli sustentou que tinha mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutorado na Argentina e pós-doutorado na Alemanha. No entanto, sua dissertação de mestrado é acusada de plágio, a Universidade de Rosário disse que ele não recebeu o título de doutor, e a Universidade de Wüppertal negou a titulação de pós-doutorado.

Após os escândalos, Decotelli teve a posse adiada e questionada formalmente no Tribunal de Contas da União (TCU). Em nota, Bolsonaro afirmou que o novo ministro está “ciente de seu equívoco” e que sua capacidade é atestada por colegas.

“Desde quando anunciei o nome do professor Decotelli para o Ministério da Educação só recebi mensagens de trabalho e honradez. Por inadequações curriculares o professor vem enfrentando todas as formas de deslegitimação para o Ministério. O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco. Todos aqueles que conviveram com ele comprovam sua capacidade para construir uma Educação inclusiva e de oportunidades para todos”, escreveu.

Em entrevista à imprensa, Decotelli chamou o plágio no mestrado de “distração” e reforçou que concluiu as pesquisas de doutorado e de pós-doutorado nas instituições citadas. Segundo ele, Bolsonaro fez questionamentos sobre seu currículo em reunião, mas manteve sua nomeação para ministro.

Conforme mostrou CartaCapitalespecialistas temem que a escolha de Decotelli represente privatizações e cortes orçamentários na pasta da Educação. Em fevereiro de 2019, após a eleição de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, Decotelli ocupou o cargo de presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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