Por Carlos Eduardo Alves, jornalista
A distribuição de $ vira a eleição? O governo genocida decidiu abrir tardiamente, para quem precisa, o saco de bondades via aumento de auxílios e doações a algumas categorias. Atropelou cinicamente as leis para isso, o que não é novidade.
Registre-se que 600 reais era o que defendia a oposição desde os tempos de Bolsa Família no início da pandemia. Com a disparada da inflação, não havia como votar contra o acréscimo, além ser um ponto na luta que milhões de brasileiros travam contra a miséria. Isso muda muito a perspectiva eleitoral?
Não é possível ainda ter resposta. Tornar o genocida favorito, com certeza não. Mas a luta dos fascistas hoje é para garantir o segundo turno. Uma tentativa de golpe após derrota humilhante no primeiro turno torna a impostura sonhada impossível mesmo para o padrão de insanidade dos milicos fascistas. A batalha agora do genocida é ganhar alguns pontinhos que garanta a segunda rodada e, portanto, abra margem, em seu delírio, à trapaça.
Os 200 reais a mais aliviam um tiquinho a situação de quem implora pela vida na fila do osso e da carcaça de frango. No limite, podem atrapalhar o volume da onda Lula que se insinua formar.
Enfrenta, porém, o peso grande da inflação dos alimentos. Quem está indo a supermercado nos últimos dias e tem ouvido atento deve ter notado que se tornou enfadonha a verbalização do espanto de consumidores com os preços. Há um caldeirão em ebulição.
Cabe à oposição, no lugar de assumir o papel antipático de criticar auxílio aos miseráveis, denunciar que está em andamento o estelionato eleitoral, com o fim do auxílio maior logo após o pleito. Além disso, se desconhece o efeito nas urnas de um benefício que chegará na boca da urna e com data para acabar.
Enfim, é melhor esperar pesquisa séria para aferir o potencial eleitoral da manobra. O importante é que é uma tentativa desesperada do genocida para estender a disputa para um segundo turno e, assim, embarcar no golpe, com as Forças Armadas e as PMs. Não passarão, mas é indispensável lutar para que Lula seja eleito no primeiro turno.