Bolsonaro e sua guerra cultural

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É comum a comprovação de Bolsonaro que não se preocupa com a cultura, e a comprovação de apoio da cultura à rebaixamento do Ministério, à falta de investimentos, à condição de nacional, à falta de investimentos, a três decisões pelo presidente da Fundação Palmares. , às barbaridades que ex-segredo de barbaridades de nacionais proferiram e ditadura em sua paz de cultura, como Roberto Alvimidade de sua paz, como Roberto Alvim, de Goebbels, dizendo que não se deve falar para “deixar mortos os deveria ser de paz” e à truculência Mario Frias , apenas para poucas poucas.

Por Luiz Carlos Checchia, compartilhado de Holofote Notícia




Mas somos obrigados a discordar dessa afirmação, e dizer, que pelo contrário, Bolsonaro e o bolsonarismo se preocupam, e muito somos, com a cultura, fazendo uma de suas principais trincheiras. O principal ideólogo do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, já dizia, décadas antes da candidatura do ex-capitão à Presidência da República, que a principal guerra para transformar o mundo era a que se deveria travar no campo da cultura: a guerra cultural.

Daí ser um dos principais formadores de quadros militantes da extrema-direita brasileira tendo por base seus cursos e suas palestras, a filosofia, a produção artística e literária, a educação e comunicação. Por inúmeros seus cursos encontrados ultra-conservadores, talvez de pessoas que foram intelectualmente concebidos campo, segundos premissas-conservadoras. Naturalmente que muita gente dirá que Olavo nunca foi um intelectual e que, portanto, não pode formar intelectualmente ninguém, e quem quer ter passado pelos seus cursos pode ser chamado de muitas coisas, mas nunca de pensador e teórico.

Podemos estar de absolutamente tudo o que ele escreveu e disse, no entanto, para quem se debruça sobre o que ele publicou, sabe que há certo refino e elaborar em suas teses, que vai muito além das grosserias que vociferava em vídeos no YouTube . E foi ele quem cravou, acertadamente, que a centralidade da luta política está na cultura.

E o certo bolsonarismo, a despeito das dificuldades cognitivas de muitos de seus quadros e sua liderança, tem uma tentativa, com sucesso na agenda cultural que poderá manter para muito além do presidente derrocada eleitoral do atual. Destaco alguns pontos dessa agenda: a educação, a comunicação de massa e religião. Parece estranho que esses pontos sejam associados à cultura, entretanto, o que ocorre é uma antiga e popular confusão entre “cultura” e “expressões artísticas”.

Para dirimir a comunicação tal confusão e ajudar a compreender nosso entendimento, faremos a seguir, dois parágrafos explicando a questão da cultura, então, abordará a questão da educação, da amplo e profundo e da religião centralidade da guerra cultural bolsonarista.

Cultura para além do imediato

Em diversos de seus escritos, dos quais destacamos o livro Cultura e Sociedade , e os artigos  é Algo Comum  e  Cultura Comum , o sociólogo da cultura Raymond Williams cunho o termo “cultura comum” para seu entendimento do que é cultura Numa abordagem profunda e articulando a relação entre as tradições e inovações que transformam sociedades.

Dessa maneira, ele conseguiu superar a dicotomia comum às ideias culturais, que opõem uma ideia criativa de “indivíduos” à “unidade criativa”: ou os artistas estudados como estudavam tão somente a produção de estudos, como os e os intelectuais, ou abordavam apenas as construções comunitárias, como memória, então língua e tradição.

Williams conseguiu articular ambos os aspectos, sendo inspirados, construídos como alegações culturais por meio da prática, da memória da transmissão de conhecimentos e trajes entre a geração de conhecimentos e costumes. É um processo de memória, evidentemente, por guarda/marcado e opressões, em que as camadas se utilizam de sua força política para selecionar ou que será preservado como e trajes e que deve ser “decorado” e apagado.

E assim, a experiência comunitária é passada de geração em geração, acumulando-se, formando o universo cultural de cada povo; nas palavras de Marx, em  O 18 de Brumário de Luís Bonaparte: “Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não fazem sob as circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transferidas pelo passado”.

É parte dos processos de desenvolvimento das culturas a formação das instituições que organizam as comunidades, e nas sociedades mais desenvolvidas, como instituições de ensino têm um papel de destaque, afinal, são os dispositivos ideológicos de Estado, na criação althusseriana e aplicáveism importantes de tarefas , desde as mais tenras idades, “ensinar” às pessoas quais os significados e sentidos que devem determinar uma vida comum.

Cultura para além do imediato

Mas, segundo Williams, a cultura não se restringe à produção comunitária. Ainda segundo ele, alguns dos especialistas formados segundo as bases culturais e críticas de cada sociedade, podem desenvolver mais profundamente a compreensão, de elaboração e a partir disso, começar contribuições profundas à essa sociedade que os formou. Fazem isso por meio de produções literárias, políticas filosóficas, científicas, ou artísticas que questionam o que até então é tido por natural e comum. E essa dinâmica provoca ajustes e mudanças em todo o arcabouço cultural.

Como, podemos pensar no poeta brasileiro a instituição da escravidão no Brasil por meio de obras como o navio Negreiro , exemplo, na denúncia e na denúncia naturalização e na descravizado que é o exemplo.  

Bolsonaro e a educação

Vemos assim, então, que a cultura é algo muito mais denso, profundo e complexo do que apenas a produção artística pensada isoladamente. E protestamos contra o menosprezo com que lidou com o exemplo da Cinemateca Nacional, por, fazmos que não investe na cultura, mas em seu sentido mais amplo, e o mais próximo de suas raízes fortes o bastante para modificar o mesmo depois de sair do governo.

Nesse bojo, a matéria da jornalista Christina Queiroz, publicada pelo portal Nexo , em 14 de março do ano passado, afirma que, até aquela data, já havia mais de 500 escolas militarizadas no Brasil. Parece um número pequeno, frente a milhares de escolas de ensino fundamental e existentes no país, mas, além do atual governo ter criado uma Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares (Secim), por meio do decreto 9.465, que tem como tarefa A Agência Brasil informou, em 24 de novembro do ano passado, que já havia uma lista militar pelo país de espera com mais de 300 municípios planejados. A matéria publicada pelo NexoAs escolas militares também são aprovadas pela maioria das famílias.

Mas a atuação do bolsonarismo no ensino não se dá apenas pela presença de militares na organização do ensino, ela também ocorre por meio do legado do projeto “Escola Sem Partido”. Embora as propostas de fato tomadas hoje pelo Supremo tenham sido implementadas inconstitucionais pelo Tribunal Federal, defendida pelo “Escola Sem Partido”, tornou-se comum nas bocas de diversas pessoas de diferentes questões da população.

Eles devem continuar a acreditar que devem manter os vigilantes contra que querem cuidar de seus filhos brasileiros com “ideologia de gênero”, “comunismo” e todos visam destruir todos os seus filhos. Ou exposição, mesmo pela justiça, a proposta alcançada barra tamanha que pode influenciar muito a gente. As premissas do projeto “Escola Sem Partido” se tornaram parte de nossa cultura. 

A comunicação de massa e bolsonarismo

Alguns veículos de comunicação de massa se tornaram potentes disseminadores do bolsonarismo. Há diversos canais de rádio do YouTube , por exemplo, de imenso sucesso que possivelmente pode ser, como a produtora de documentários Brasil Paralelo ou o humorista Hipócritas, mas ficaremos, aqui, com o programa de rádio (e que também é veiculado pelo YouTube e pela TV) a cabo) Pânico .

Trata-se de um dos tradicionais do rádio 19, sendo dos mais jovens pela Surita, do Capitane pelo comunicador Emílio, do programa brasileiro desde sua estreia de uma verdadeira frente bolsonarista, tendo sua frente à frente do bolsonarista, tendo sua bancada por jornalistas que em sua maioria fazem aberta defesa das políticas do atual presidente. 

Cada episódio do Pânico ocorre entre piadas e informações (parte delas muito duvidosas), até mesmo com características segundo os jogadores espontâneos e uma dose pública de “opiniões participantes” que, pública, dose de “opiniões” que, atestam ou do programa. E assim mantém uma grande e cativa audiência construída ao longo dos anos, a ponto de ser uma espécie de coringa na programação do grupo Jovem Pan .

Esse é o motivo pelo qual, atualmente, o Pânico é veiculado simultaneamente no rádio, no YouTube e na TV. É interessante que, segundo o jornalista Guilherme Ravache escreveu em sua coluna no Notícias da TV , no portal UOL , no dia 24 de junho deste ano, o Jovem Pan tem boa parte de seus anunciantes.

Isso significa que os setores privados financiam a formação, o compartilhamento e o significado de sentidos e o significado de algo que podemos chamar de campo simbólico bolsonarista, simplesmente, cultura bolsonarista. Mas repetir, o programa Pânico é só mais um veículo de comunicação de massa que não é verdadeiro arsenal de uma guerra cultural.

Por fim, a religião

Não é de agora que a religião é politizada. O próprio termo “gue cultural” surge quando a Igreja Católica assume uma conservadora e se opõe à modernização da sociedade, fenômeno que se inicia com a posição e a política da burguesia e, logo depois, com a emergência do socialismo.

Esse posicionamento da Igreja começava com o trono de Pedro Gregório XVI, assumia o trono de Pedro Gregório XVI, na ocasião, a Igreja, derrotada, ainda, tendo suas obras executadas e os governos aos Estados-fraqueza. No seguinte à sua posse, Gregório XVI publicou uma encíclica Mirari Vos , em que condena o liberalismo, a liberdade de expressão e de imprensa.

Seus sucessores, Pio IX e Leão XIII mantiveram a luta pelo reerguimento da fé católica e em oposição ao liberalismo e ao socialismo. Leão, em particular, foi quem publicou a encíclica Rerum Novarum , em 191, e nela condena o socialismo e conclama a burguesia a se certificar em garantir o bem estar da classe trabalhadora por meio do corporativismo e do assistencialismo.

Esse amplo movimento que se inicia com Gregório XVI não apenas levou a Igreja a reencontrar seus verdadeiros, mas sobretudo, a encontrar reversões junto aos políticos e organizações conservadoras. 

O que é mais marcante nesse processo é que ele é um ponto de inflexão numa luta que só se acirrou desde então, entre o que podemos chamar genericamente de progressistas e conservadores, como fez o sociólogo Karl Mannheim. Essa separação é um fenômeno moderno da Igreja Católica como o fim da organização dos aparelhos ideológicos do Estado, a hegemonização da sociedade moderna, o modelo da moderna classe trabalhadora e suas políticas e o início dos processos. Tudo isso isso de urbanização das sociedades e hábitos de democratização da massa, permitindo que mais e mais pessoas, inclusive trabalhadores, cultura, acesso em leitura de jornais e revistas. Assim, responde que via possibilidade de transformações drásticas da sociedade,

Para finalizar

A cultura é mais que produções artísticas, patrimônios ou organização e preservação da memória. Nos termos de Williams, cultura é o conjunto de significados e sentidos elaborados na vida comunitária, ao fim da geração após a geração, e que é o conjunto de relações mais profundas e cotidianas. E o bolsonarismo tem investido demais nesse universo, moldando como formas de ver, pensar e sentir o mundo das futuras gerações.

Se hoje nos horrorizamos com quase um terço da população que incondicionalmente defende Bolsonaro, essa margem de pessoas pode ser ainda maior em um futuro próximo. Uma única forma de evitar esse devir desastroso e nos armamos de conhecimento acerca da guerra cultural bolsonarista e disputarmos o campo simbólico. Afinal de contas, é nele, no campo simbólico, que se forja continuadamente os significados e sentidos do Brasil que virá.

Luiz Carlos Checchia é historiador, mestre e doutorando em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades pela FFLCH-USP, dramaturgo, diretor teatral, cofundador e proprietário da Cia Teatro dos Ventos e membro da Ação Revolucionária Comunista.

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