A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro gastou R$ 2 bilhões de maneira irregular com auxílios a caminhoneiros e taxistas no segundo semestre de 2022. Segundo auditoria do órgão, 356.773 pessoas receberam as parcelas sem ter direito legal ao valor por conta de falhas na operacionalização dos pagamentos.
Por Caique Lima, compartilhado de DCM
O projeto de Bolsonaro pagou R$ 1 mil mensais entre julho e dezembro de 2022 a caminhoneiros e taxistas, período em que o ex-presidente buscava a reeleição. O valor foi aprovado pelo Congresso Nacional como uma forma de mitigar os impactos do preço dos combustíveis.
Segundo a CGU, Bolsonaro teria incluído 110.051 pessoas irregularmente no Auxílio-Caminhoneiro e outras 314.025 no Auxílio-Taxista. Eles receberam até R$ 7 mil sem ter direito ao benefício.
Com as irregularidades, os pagamentos indevidos representam 75% do valor pago aos taxistas (R$ 1,395 bilhão de R$ 1,84 bilhão). A CGU também constatou que 78% das pessoas atendidas (246.722 entre os 314.025 que receberam) foram beneficiadas de forma irregular.
Diversos motoristas de táxi que estavam com a carteira de habilitação vencida ou não eram segurados do regime geral de Previdência receberam o valor. Outros tinham o CPF irregular, moravam no exterior ou constavam como mortos em algum sistema do governo.
Já no caso dos caminhoneiros, 25% do valor total pago foi feito de maneira irregular (R$ 582,8 milhões dos R$ 2,32 bilhões desembolsados) e 27,3% dos beneficiários (110.051 do total de 402.773) receberam sem ter direito.
O valor irregular foi destinado a caminhoneiros que não tinham cadastro ativo no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas até a data prevista ou recebiam outros benefícios, como seguro-desemprego.