Bolsonaro incentiva atos a seu favor e contra o Congresso Nacional

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Compartilhado de Carta Capital – 

Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa / PR)
JAIR BOLSONARO (FOTO: MARCOS CORREA / PR)

O ato marcado para o dia 15 de março organizado por ativistas conservadores pró-Bolsonaro e contra o Congresso Nacional conta com o apoio e incentivo do próprio presidente Jair Bolsonaro. A jornalista Vera Magalhães revelou nesta terça-feira 25, por meio do blog BR Político, que o ex-capitão está usando o celular pessoal para convocar os manifestantes.




Para mobilizar os apoiadores, os organizadores do ato apostam em um vídeo dramático que retrata o atentado à faca sofrido por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Segundo o blog, o vídeo tem 1 minuto e 40 segundos e reforça que o presidente “quase morreu” para defender o país e agora precisa do apoio popular nas ruas em sua defesa.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-deputado Alberto Fraga confirmou que recebeu um vídeo do presidente, mas que não entendeu a mensagem como um incentivo a participar do ato. Há alguns dias, circula pelas redes sociais um panfleto assinado por “movimentos patriotas e conservadores” com uma convocação para o ato. A imagem traz fotos dos generais Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Hamilton Mourão, vice-presidente. “Vamos às ruas em massa. Os generais aguardam as ordens do povo. Fora Maia e Alcolumbre”, diz o panfleto.

Ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, o general Carlos Alberto Santos Cruz usou suas redes sociais para criticar a mobilização e chamou de grotesco o uso de imagens de generais. “Montagem irresponsável. Exército – instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Não confundir o Exército com alguns assuntos temporários. O uso de imagens de generais é grotesco”, escreveu Santos Cruz no Twitter.

Uma declaração do general Augusto Heleno captada durante transmissão ao vivo de evento no Palácio da Alvorada no dia 19 de fevereiro casou mal-estar nas relações do governo com o Congresso Nacional. No áudio, o ministro acusa os congressistas de promoverem chantagem. “Rapaz, nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Fodam-se”, afirmou o general, irritado com a pressão do Congresso Nacional em controlar parte do orçamento impositivo. Heleno aconselhou os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, a enfrentarem os parlamentares.

Reações

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu às declarações do general. “Não vi, por parte dele, nenhum tipo de ataque ao Parlamento quando a gente estava votando o aumento de salário dele, como militar na reserva. Quero saber se ele acha se o Parlamento foi chantageado para votar o projeto de lei das Forças Armadas”, declarou. “Uma pena que o ministro com tantos títulos tenha se transformado num radical ideológico, contra a democracia, contra o Parlamento.”

Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, classificou as declarações do general Heleno como um ataque à democracia. Por nota, disse que “nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento. O Congresso Nacional seguirá cumprindo com suas obrigações”, declarou.

Das redes sociais, a notícia repercutiu rapidamente entre políticos e parlamantares:

 

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