Bolsonaro pede que alunos gravem aulas para poder perseguir e processar professores

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Publicado em Esquerda Rio – 

Bolsonaro orienta alunos gravarem professores que considerem estar “doutrinando” alunos em sala de aula. Em resposta à um apoiador, Bolsonaro afirma ter uma “surpresinha” para os professores que quiserem processar alunos. Veja vídeo.

Em reposta à apoiador, Jair Bolsonaro, eleito presidente ontem, aproveita a onda de sua aliada da deputada catarinense Ana Carolina Campagnolo (PSL) que orientou que alunos filmem aulas e denunciem professores que eles considerem estar fazendo “doutrinação”.




“A professora que quer te processar, entra em contato conosco, eu tenho uma surpresinha pra ela também”, afirma Bolsonaro no vídeo em resposta ao seu seguidor e logo em seguida orienta à todos que filmem professores e divulguem aulas pela internet: “orientação que dou pra toda garotada no Brasil vamos filmar o que acontece na sala de aula e vamos divulgar isso aí”.

O programa de governo de Bolsonaro, intitulado projeto Fênix, dedica algumas páginas para atacar o que a extrema-direita reacionária chama de “doutrinação” nas salas de aula. Cotado como possível ministro da Educação de Jair Bolsonaro, o general Aléssio Ribeiro já deu declarações que mostram qual o verdadeiro projeto educacional que será levantado, colocando o criacionismo e a Teoria da Evolução em pé de igualdade e dizendo que os livros de história “não contam a verdade sobre 64”.

Na realidade, Bolsonaro e a escória da extrema-direita querem na realidade atacar o direito à liberdade crítica do pensamento nas escolas, impedindo que debates importantes sejam realizados no ambiente onde isso de fato deve ser feito, como debate de gênero e sexualidade. Não há nenhuma mínima preocupação com qualidade e acesso dos alunos ao ensino básico, pelo contrário, Bolsonaro defende a educação à distância, sob argumento de “levar escola à zona rural”, que muitas vezes não tem acesso à luz, água e saneamento básico. O objetivo é, na realidade, abrir ainda mais os portões da educação para os mercados privados, que há muito tempo anseiam arrancar imensos lucros não só do ensino superior.

“Temos direito de saber o que esses professores, entre aspas né, fazem com vocês em sala de aula”, finaliza Bolsonaro, ironizando a profissão dos professores que vivem com salários de fome e sem infraestrutura para trabalhar, e que tentam fazer com que os alunos possam ter acesso aos mais variados debates dentro do espaço escolas.

Contra a fiscalização das escolas e do ensino, dos ataques à educação pública e da liberdade de pensamento crítico, professores e trabalhadores da educação devem se organizar em milhares de comitês de luta nas suas escolas, retomando das mãos da burocracia os sindicatos, para por em movimento um plano de lutas capaz de combater Bolsonaro, seus ataques, ajustes e reformas.

Veja vídeo:

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