“Vaquinha” criada por aliados do ex-presidente atingiu R$ 18 milhões e contou com doação até de presos pelos atos terroristas de 8 de janeiro
POR LUCAS VASQUES, COMPARTILHADO DA REVISTA FÓRUM
Um levantamento realizado por técnicos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro apresentou um resultado surpreendente. Jair Bolsonaro (PL) recebeu doações de recursos, via Pix, de 18.082 servidores federais já no governo do presidente Lula (PT).
De acordo com reportagem do site Metrópoles, a soma de todos os valores recebidos pelo ex-presidente passa de R$ 18 milhões.
O levantamento foi obtido por intermédio de informações da quebra de sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, que acabou atingindo Bolsonaro, por que Cid era o procurador das contas do ex-presidente.
Sob alegação de que Bolsonaro era vítima de um “assédio judicial” e que precisava conseguir recursos para pagar multas, os depósitos foram feitos por apoiadores.
O documento mostrou, também, que 129 doadores foram presos no 8 de janeiro e 49 identificados como invasores do Congresso Nacional. A quantia doada por essas pessoas é pequena e a soma não chega a R$ 4 mil.
Os técnicos da CPMI apontaram que, já no governo Lula, servidores públicos federais doaram valores significativos, que chegaram a 5,7% do total arrecadado.
Mais de 3 mil servidores do estado de SP fizeram doações
No âmbito estadual, o número chega a 60.258 servidores, boa parte de São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro. Os servidores paulistas foram os que mais doaram: 3.689, a maioria policiais militares, com valor que chegou a R$ 78,3 mil.