Publicado em Brasil 247 –
Quando ainda estava na tribuna do Senado, onde discursou dizendo ter a Constituição como um “norte”, Jair Bolsonaro disparou diretamente ou por sua assessoria na manhã desta terça um tweet atacando novamente o Enem por questões da prova realizado no último domingo, dizendo que elas são “ideologia e politicagem”; no post, disse que vai mudar o modelo de avaliação do ensino brasileiro; ataques ao Enem acontecem ao mesmo tempo em que o presidente eleito incentiva alunos a gravarem seus professores em salas de aula com o objetivo de denunciá-los, institucionalizando a delação no país

247 – Às 11h desta terça-feira (6), quando ainda estava na tribuna do Senado onde discursou afirmando defender a Constituição, Jair Bolsonaro disparou diretamente ou por sua assessoria um tweet atacando novamente o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ele e seus filhos estão furiosos pelo fato de o exame realizado no domingo ter trazido como tema da redação a ‘manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet’ e uma questão que tratava sobre linguagem utilizada por gays e travestis. Desta vez, Bolsonaro não se limitou a criticar as questões, mas afirmou que o modelo atual irá mudar e acusou as questões de serem indevidas inclusões de “ideologia e politicagem” no Enem. O ataque acontece um dia depois do presidente eleito incentivar alunos a gravarem aulas para denunciar professores.
Qual a razão de incluir ideologia e politicagem nos testes que medem o conhecimento dos nossos alunos? Não devemos fabricar militantes, mas preparar o jovem para que se torne um bom profissional no futuro. O modelo atual não funciona, temos péssimos indicativos. É preciso mudar!
Qual a razão de incluir ideologia e politicagem nos testes que medem o conhecimento dos nossos alunos? Não devemos fabricar militantes, mas preparar o jovem para que se torne um bom profissional no futuro. O modelo atual não funciona, temos péssimos indicativos. É preciso mudar!
Ontem (5), Bolsonaro defendeu em entrevista no programa Brasil Urgente do apresentador José Luiz Datena que professores tenham aulas gravadas por alunos, para que eles sejam denunciados por supostas “doutrinação” ideológica (aqui).
Ao ser questionado se concorda com a sugestão da deputada estadual eleita em Santa Catarina pelo PSL Ana Caroline Campagnolo, Bolsonaro disse que os professores devem se “orgulhar” e não ficar preocupados, caso algum aluno decida gravar as aulas. “Professor tem que se orgulhar e não ficar preocupado. Mau professor é o que se preocupa com isso aí”, disse ele.
Em vídeo de 2016 divulgado em suas redes sociais, Jair Bolsonaro já havia defendido que alunos filmassem professores em sala de aula. “Vamos filmar o que acontece nas salas de aula e vamos divulgar. Os seus pais, os adultos homens de bem têm o direito de saber o que esses professores, entre aspas, ficam fazendo com vocês em sala de aula”, disse Bolsonaro (aqui).