Botequim que virou “QG” dos Coxinhas no Leblon fecha as portas

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Por Fábio Lau, publicado em Conexão Jornalismo – 

O Botequim Informal é daqueles bares que viram rede. Perdem exatamente o que o nome sugere: a informalidade. Mas eis que de alguns anos para cá, o bar, na sua “sede” do Leblon, se tornou reduto dos coxinhas descolados – aqueles que botam sapatinho de cromo alemão, sem meia, e fingem que adoram o que o bar propõe – pelo menos no nome: a informalidade. Nada mais irônico: a turma que se reunia ali para desancar o PT e reclamar das políticas sociais foi removida de lá por conta da crise. Ou seja: o sucesso do golpe deixou-os na loja. O resultado é que o Informal anunciou que vai fechar as portas. Quebrou! 

Desde 2014, com o acirramento da campanha eleitoral e a polarização entre Aécio e Dilma, a turma que vestia a camisa do Brasil, para dizer que as cores do país não continham o vermelho, fez do Informal o seu quintal. A coisa virou séria, mas séria mesmo, no dia D. Aquele em que a contagem dos votos levou os centros cardíacos a ficarem congestionados. Dilma e Aécio travaram uma batalha, voto a voto, que só terminaria em uma margem mínima.




Naquele dia ocorreu o seguinte: um carro bacana, blindado, para na porta do bar, atrapalhando o trânsito, e buzinou até. Os aecistas olharam desconfiados. O sujeito levanta o teto solar, bota a cara para fora e grita: “vencemos! Vencemos!” E a turma do bar comemorou, jogou chope para o alto, abraços e lágrimas. O anônimo do carrão partiu. Um minuto depois o resultado final: 51 a 49 para Dilma. A identidade do sacana do carrão até hoje é motivo de discussão. Era ele “comunista, petralha, mortadela, esquerdopata, sacana e fdp” ou se iludiu como todos ali? O fato é que chegou a ficar jurado pelos mais esquentados.

Há tempos deixei de frequentar. Muito antes de ser ocupado pela turma da CBF. E a razão foi mais prosaica. Pedi um sanduíche de filé a milanesa. O garçom (o mesmo que me narraria a história acima) me traz naquele modelo tradicional – cortado em diagonal. Primeira mordida e um calor que não era da chapa quente. Era pura pimenta. Mordi de novo para saber se era isso mesmo: batata! Reclamei. O garçom amigo levou para falar com o chef e vem a resposta: ele disse que de fato exagerou na pimenta. Mas como o senhor comeu quase a metade ele só vai cobrar a metade do preço. Levantei para nunca mais voltar.

Vai o bar, mas ficam as histórias.

NdaR – Solidariedade aos garçons e demais funcionários que tocaram o Informal do Leblon por mais de 15 anos. Que em breve já estão recolocados. São todos muito bons.

 

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