A campanha eleitoral para as eleições brasileiras de 2 de Outubro arrancou esta terça-feira, 16 de Agosto, apesar de os dois principais candidatos, o Presidente Jair Bolsonaro e o antigo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva já estarem em campanha.
Por Lígia ANJOS, compartilhado de rFi
Doze candidatos pediram o registo de candidatura para Presidente na justiça eleitoral. Outros oito nomes acabaram por se retirar da corrida eleitoral, reforçando a polarização entre os dois grandes favoritos, o Presidente cessante de extrema-direita Jair Bolsonaro e o antigo mandatário Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, de esquerda.
Os dois candidatos favoritos percorrem o país há várias semanas para conquistar os eleitores, mas a campanha oficial, com reuniões e distribuição de panfletos, só está autorizada a partir desta terça-feira, 16 de Agosto.
Jair Bolsonaro optou por lançar a campanha oficial na cidade de Juiz de Fora. O Presidente e candidato à reeleição, escolheu discursar no local onde foi esfaqueado por um homem quando estava em campanha no meio da multidão em Setembro de 2018.
O antigo militar, de 67 anos, multiplicou os confrontos com instituições, em particular com o Supremo Tribunal Federal. Desprezou os órgãos de comunicação social, optando pelas redes sociais para se dirigir ao país.
Lula da Silva apresentou a candidatura no sindicato dos metalúrgicos, onde iniciou a carreira política nos subúrbios de São Paulo. O ícone da esquerda brasileira e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) já percorreu até aqui um longo caminho. Condenado por corrupção em 2017, preso durante um ano e meio, expulso das presidenciais de 2018, Lula da Silva viu as suas condenações canceladas, em Março de 2021, pelo Supremo Tribunal. Em Abril deste ano, o Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas concluiu que a investigação e o julgamento de Lula da Silva violaram o direito de ser julgado por um tribunal imparcial.
Uma sondagem divulgada esta segunda-feira, 15 de Agosto, pelo instituto Ipec indica uma vantagem confortável ao antigo Presidente Lula da Silva com 44% das intenções de voto na primeira volta, contra 32% do actual chefe de Estado.