Por João Tavares, jornalista, para o Bem Blogado
Nossos analistas políticos – todos – ainda não se deram conta de que um louco é capaz de tudo. Alguns, poucos, já se deram conta de que elegemos um desequilibrado.
Diante disso temos algumas obviedades e muitas dúvidas e inquietações pela frente.
Obviedades:
1) Bolsonaro não é capaz de gerenciar, administrar ou mesmo dar ordens e cobrar resultados. Gritos e socos na mesa só funcionam com sargentos e inferiores.
2) Rodrigo Maia é um Norberto Bobbio diante dele.
3) bancada do PSL é uma constelação de subcelebridades com egos inflados e QIs microscópicos.
Duvidas:
1) Bolsonaro não vai entregar os pontos. Cabeça do Guedes será primeira a rolar? Quem será o substituto? Essa resposta apontará os caminhos e dirá se esse Governo chega ao fim.
2) E se o preço da reconciliação com o Rodrigo Maia for o pescoço do Moro? Acho que o Bolsonaro entrega até o da mãe.
3) Lula será solto, irá para uma prisão domiciliar, permanecerá na PF de Curitiba ou será transferido para um Presídio? A resposta a isso também mostrará o rumo dos ventos.
Sobre o PT.
Jogado no isolamento (vide ocupação de espaços na Câmara e no Senado) o PT precisa ficar com um pé nas ruas e o outro nos tapetes palacianos.
Traduzindo. Aproveitar a campanha contra a demolição da Previdência para mobilizar o povo, mas não se esquecer de articulações com outros agentes políticos.
Tirando o PSL e os integrantes do governo Bolsonaro, o partido poderia nominar e autorizar interlocutores para conversas informais com todas as lideranças políticas e da sociedade. Propor alternativas e ouvir propostas.
Nada substitui a velha conversa, olho no olho, ao pé do ouvido.
Vida que segue. E o caminho se faz caminhando. Mesmo aos tropeções.