Brasil com uma corja de perversos: quando a vida não vale nada

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Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Bem blogado

Poucas vezes no mundo um governo provou na prática o desprezo pela vida de seus compatriotas como a atual gangue empoleirada no Palácio do Planalto. A abordagem criminosa, antes de incompetente, na questão do novo coronavírus desnudou o despreparo genocida na hora de proteger os brasileiros.




Começando pelo falso herói Luiz Henrique Mandetta, alçado a pai da saúde dos brasileiros. A mídia que tentou elevar Mandetta a um dedicado médico com apreço à Ciência omitiu propositalmente a ficha corrida dele. Deputado do baixo clero da velha direita,

Mandetta sempre foi ligado aos interesses de ruralistas do Mato Grosso do Sul e à ala da Igreja Católica conservadora. Quem o conhecia ficou escandalizado, com rubor alheio, quando Mandetta apareceu com colete do SUS nas coletivas do Ministério da Saúde.

Afinal, ganhou o cargo de Bolsonaro depois de ser dirigente estadual de uma empresa privada de planos de Saúde e nunca teve proximidade alguma com o setor público da área.

Para completar o prontuário, Mandetta foi um ardoroso defensor e votou a favor da PEC da Morte, aquela que tirou da Saúde e da Educação recursos que fazem falta agora.

O Brasil, sob Mandetta, não se preparou nem para resolver a questão dos testes, indispensáveis para aferir a velocidade da pandemia e mapear a atuação contra a doença. E teve tempo de sobra para isso, já que a tragédia anunciada só chegou aqui no mínimo dois meses depois de causar devastação em outros países.

Mas, como ensina o bom cinismo, nada que é tão ruim que não possa ser piorado. Enciumado com a súbita notoriedade de Mandetta, o fascista escolhe para chefiar a Saúde alguém que tem tudo, sim é possível, para piorar a já péssima situação.

Basta dizer que o sujeito, na sua posse, disse estar completamente alinhado com o genocida maior. Precisa mais? A capivara do novo ministro diz tudo. É, há muitos anos, um empresário do setor da Medicina privada e nunca teve alguma atuação na Saúde pública.

Sintomático, na posse conseguiu, em meio à pandemia, fazer um discurso sem citar uma única vez o SUS, uma conquista dos trabalhadores brasileiros e a única porta para quem não tem condição de pagar as mensalidades caríssimas dos planos particulares.

O que o sujeito vai fazer na Saúde? Basicamente duas ações: primeiro, manipular os dados sobre o alcance da pandemia e, assim, permitir que o genocida Bolsonaro tenha aval “científico” para acabar com o distanciamento social, receita única da OMS e de governos civilizados para no mínimo achatar a curva e permitir que hospitais não entrem em colapso.

Depois, não resolver a questão da estrondosa e criminosa subnotificação de casos da Covid-19, necessária para maquiar o drama verdadeiro que está ocorrendo. Sem testes, o Brasil está enterrando seus cidadãos sem a certificação de que muitos deles foram abatidos pelo vírus. Sem testes, milhares de assintomáticos circulam pelas ruas infectando outras pessoas. E assim, passamos a borracha nos números e preparamos o terreno para mais mortes.

É tudo coerente com a expressiva e lamentável parcela de brasileiros, basicamente de classes média e alta, que saem às ruas em seus carrões “exigindo” que as medidas restritivas de locomoção sejam extintas para que possam mandar seus empregados para o trabalho e possível morte.

Alguns nem chegam a ser cruéis, são apenas frutos da ignorância. Assim como o boçal maior, não acreditam na Ciência e julgam, sem nenhum conhecimento, que o “vírus chinês” é inofensivo.

Assim, sem poder sair às ruas por bom senso sanitário, a maioria do País que hoje está na oposição a Bolsonaro e seu séquito de ignorantes fanáticos se vê praticamente de mãos atadas para enfrentar a insanidade.

Os panelaços, embora expressivos, não derrubarão o fascista, infelizmente. Podem no máximo impedir o golpe sonhado pela extrema-direita.

Por enquanto, só o acaso pode livrar o Brasil dessa corja de perversos que, pela ordem de relevância, revela desprezo profundo pela vida de seus cidadãos, principalmente os mais pobres, e expõe o País à galhofa macabra internacional.

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