O brasileiro está literalmente largado à própria sorte diante de uma nova explosão de epidemias. Mesmo com a população 70% vacinada, estão sendo frequentes as filas em hospitais e pronto-socorros do país. Todos procuram se salvar das doenças. É melhor prevenir, do que remediar, já diz o ditado popular.
Por Simão Zygband, compartilhado de Construir Resistência
As pessoas procuram as unidades de saúde para tomar vacina, conseguir testagem para detectar doenças ou mesmo para tentar controlar uma gripe avassaladora, como é a H3N2, que apesar de não ser letal, provoca extremo mal-estar, febre e dores pelo corpo.
Com a proximidade do Carnaval, as prevenções contra as epidemias (Covid, Ômicron, H3N2 e vários tipos de influenza), que já estão presentes na vida do brasileiro, parecem estar sendo ignoradas. É compreensível que todos, depois de meses de reclusão, tenham este arroubo de falsa liberdade. Mas não dá para bobear. Já são sentidos os resultados dos Natais e Anos Novos em família e com os amigos. Não dá para se culpar ninguém, a não ser os governantes.
É evidente a falta de orientação governamental, em todos os níveis, que deveriam ter sido mais explícitos na gravidade, todos eles pressionados pela questão econômica. Novos lock downs (confinamentos) foram sumariamente descartados e, desta forma, o quadro epidemiológico virou um salve-se quem puder.
Confesso que acho recomendável que as pessoas evitem aglomerações e até contatos mais próximos com amigos, familiares e parentes. Algumas capitais, de maneira mais do que lúcida, cancelaram os carnavais de rua. Em São Paulo, a Prefeitura estuda levá-los para o autódromo de Interlagos (que diferença faz?). Em geral, estão mantidos os desfiles em sambódromos. Fruto de pressão da rede hoteleira, bares, restaurantes e toda a cadeia produtiva envolvida com o Carnaval.
Mas, objetivamente, há um desencontro de informações que estão sendo prejudiciais à população, que já não sabe como agir e qual o real quadro das epidemias. Já não bastasse o governo federal sonegar informações das doenças, os meios de comunicação também parecem querer amenizar o quadro. Claro que não se deve provocar o pânico, se é que ele internamente já não existe dentro das pessoas.
Filas gigantes
Veja este relato do empresário Carlos Henrique Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Agências de Comunicação (Abracom), realizado em postagem de Facebook:
“Cena na farmácia em Pinheiros.
Fui comprar meus medicamentos do mês e me deparei com uma farmácia cheia. Pelo menos umas 15 pessoas em fila. Esperavam pelo teste de Covid.
Enquanto estava em atendimento no balcão, saiu um moço de uns 30 anos, olhos vermelhos, com teste positivo. No caixa, a atendente me disse que foi o sétimo caso só na manhã de hoje. E que nos últimos dias além da procura por testes aumentar o número de positivos só cresce.
Resultado das festas de fim de ano, do relaxamento e de muito negacionismo. Assustador”.
Capturei no também no Facebook a postagem do experiente jornalista, Fernando Coelho, que se deu o trabalho de reproduzir a imagem que capturou assistindo o Bom Dia Brasil da Rede Globo (que utilizei como ilustração desta matéria). Ele mesmo trabalhou por anos nesta emissora. Veja o que ele diz: “Amanhece! O povo em todo o Brasil em desespero. Nas filas gigantes. Sintomas de gripe, de COVID. Poucos médicos, sem testes, sem leitos, atendimento precário derruba milhões. O povo brasileiro é humilde. O povo chora nas portas das UPAS e AMAS. Não tem acolhimento adequado, não tem mordomia, não tem médicos exclusivos, não são transportados por avião fretado. Comove pela penúria, pelo desprezo e pelas condições duras de esperar horas no sol e na chuva. Os donos do dinheiro amontoados no Congresso Nacional e nos ministérios, deviam ter um mínimo de vergonha na cara”.
Não precisa falar mais nada. Ele sintetiza tudo aquilo que estamos passando, sobretudo por terem colocado um genocida no poder. Um grupo de pessoas desalmadas, com coração de pedra, que trazem a infelicidade para milhões de brasileiros.
Vamos nos livrar deste pesadelo!
Imagem do Bom Dia Brasil, TV Globo