Brasil lidera ranking de pior saúde mental do mundo

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O Brasil é o único da América Latina que guarda espaço entre os 71 piores. É o que mostra o relatório Global Mind Project

Por Patricia Faermann, compartilhado de GGN




Foto: Unsplash

O Brasil é um dos países que enfrenta os piores níveis de saúde mental de todo o mundo. E é o único da América Latina que guarda espaço entre os 71 piores. É o que mostra o relatório Global Mind Project, que analisa anualmente os índices de saúde mental do planeta.

Para a análise, os pesquisadores criaram um quociente de saúde mental – MHQ, na sigla em inglês, que é a métrica geral de bem-estar mental e os múltiplos faltores dimensionais relacionados à habilidade de lidar com o estresse normal da vida e de funcionar de forma produtiva.

Para se ter uma ideia, a pontuação média de 71 países analisados foi 65, em uma escala de 300 pontos, categorizados entre “angustiados”, “lutando”, “suportando”, “controlando”, “melhorando” e “prosperando”.

O Brasil ficou em quarto pior lugar, com 53 pontos, ao lado de Tajiquistão, e pouco à frente da África do Sul (50 pontos), do Reino Unido (49 pontos) e de Uzbequistão (48 pontos).

Além disso, o Brasil esteve entre os países que mais possuem cidadãos (34%) nos estados “angustiados” e “lutando” de saúde mental.

Os países melhor pontuados foram a República Dominicana (91), Sri Lanka (89) e Tanzânia (88). Como pode ser visto, os melhores índices de saúde mental estiveram relacionados à pobreza ou riqueza dos países.

“Tal como em anos anteriores, vários países de África e da América Latina lideraram as classificações, enquanto os países mais ricos da principal anglosfera, como Reino Unido e Austrália, ficaram abaixo. Este padrão sugere que a maior riqueza e desenvolvimento econômicos não conduzem necessariamente a um melhor bem-estar mental”, apontou o estudo.

“Em 2023, dados do projeto “World Mind” identificaram fatores-chave que explicam esses padrões, como adquirir um smartphone desde cedo, comer frequentemente alimentos ultraprocessados ​​e amizades e relações familiares mais fracas, que tendem a ser mais comuns nas populações com acesso à internet nos países mais ricos”, trouxeram como algumas das conclusões.

Além disso, o documento concluiu que, em todo o mundo, a saúde mental permeneceu nos níveis baixos desde a pós pandemia de Covid-19 e sem sinais de retorno aos índices registrados antes da pandemia.

“Em 2023, tanto a nível mundial como em cada país, as pontuações do MHQ permaneceram praticamente inalteradas em relação a 2021 e 2022, após queda acentuada durante os anos de pandemia. Isto levanta questões importantes sobre o impacto duradouro da pandemia e como mudanças na forma como vivemos e trabalhamos e a amplificação de hábitos existentes (por exemplo, trabalho remoto, online, consumo de alimentos ultraprocessados, uso de plásticos descartáveis), em conjunto, nos levaram a um estado de deterioração do bem-estar mental”, indica.

O relatório identifica que deterioração da saúde mental foi ainda pior entre os mais jovens, menores de 35 anos, durante a pandemia, e como os índices permaneceram, consolidou-se uma tendência de “pior saúde mental entre as gerações mais jovens, que agora se evidencia em todo o mundo”.

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