Brasil perdeu oito jornais em 6 anos

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Por Luiz Gustavo Pacete, do Meio & Mensagem, reproduzindo no FNDC – 

Brasil Econômico entra para a lista dos títulos que deixaram de circular por problemas financeiros

Não é de hoje que o fechamento de jornais ou o encerramento de versões impressas vêm sendo tema do noticiário especializado e alvo de discussões em cursos de comunicação. Porém, quando se lê a notícia do fechamento de um título toda essa obviedade ou previsibilidade acaba se transformando até mesmo em surpresa e certa indignação. Seja pelos empregos perdidos ou até mesmo pelo apego sentimental a um determinado título. Todos esses sentimentos vieram à tona novamente na noite desta terça-feira 14 com a notícia de que o Brasil Econômico vai encerrar suas atividades nesta semana. Conforme informação da diretoria do jornal aos funcionários, o título circula até a próxima quinta-feira 16. Cerca de 40 profissionais serão demitidos.
De propriedade do grupo Ejesa, empresa do grupo português Ongoing, o Brasil Econômico gerou boas expectativas quando foi lançado, em 2009. Naquele mesmo ano, um grande título de economia fechava as portas, a Gazeta Mercantil e abria espaço para o novo título. O jornal se saiu bem no início. Tinha ambições, formou uma equipe competente com profissionais que migraram de grandes redações, mas acabou sofrendo dos mesmos problemas de outros veículos: a conta não fechou. No ano de 2013, o jornal viveu uma forte reformulação com a mudança de sua sede de São Paulo para o Rio de Janeiro e o corte de dezenas de vagas.
Com o fim do Brasil Econômico, a lista de jornais relevantes fechados ou que perderam suas versões impressas nos últimos seis anos sobe para sete. De títulos icônicos como a Gazeta Mercantil aos regionais como O Sul e outros premiados como o Jornal da Tarde. Os desafios continuam para o meio impresso. De acordo com o Projeto Inter-Meios, a receita do meio jornal sofreu uma queda de 11,6%, na comparação 2013 com 2014. O mercado sabe que a situação continua difícil, mas sempre fica a torcida para que notícias sobre fechamentos de títulos não sejam manchetes constantes.
2009
Gazeta Mercantil
Criado em 1920, o título foi uma referência para o jornalismo econômico brasileiro e, prestes a completar 90 anos, deixou de circular, em junho de 2009. Além dos problemas econômicos, o jornal também sofreu as consequências do impasse entre o empresário Nelson Tanure, que licenciou a marca, e o antigo proprietário Luiz Fernando Levy.
2010
Jornal do Brasil
Um dos mais antigos jornais do país, criado em 1891, o JB, também de propriedade de Nelson Tanure à época, encerrou sua versão impressa. Atualmente, a marca existe apenas na internet.
2011
O Estado do Paraná
Ele chegou aos 59 anos de circulaçao e foi o segundo jornal mais importante do Paraná. De propriedade do Grupo Paulo Pimentel (GPP), o título perdeu sua versão impressa em janeiro de 2011, dando lugar ao Paraná online, que existe até hoje.
2012
Jornal da Tarde
Seu tempo de vida foi de 46 anos e sua última edição circulou em 31 de outubro de 2012. Na ocasião, o Grupo Estado alegou que o objetivo de fechar o JT era focar seus esforços na marca Estadão. Perdeu-se um título que foi referência e ficou conhecido por abrigar grandes nomes do jornalismo e do fotojornalismo brasileiro, além dos diversos prêmios recebidos.
Diário do Povo
O jornal circulava há 100 anos na cidade de Campinas. O Grupo RAC, dono do título, alegou que ia concentrar esforços em outras marcas como o portal e a agência de notícias.
2014
Diário do Comércio
Apesar de circular apenas em São Paulo, o jornal mantido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ficou conhecido por suas capas ousadas e provocativas. Cobriu muito bem o cenário econômico nacional e local, mas deixou de circular em outubro do ano passado ficando apenas com uma versão online.
O Sul
Em agosto do ano passado, o jornal O Sul, que circulava na região metropolitona de Porto Alegre, também encerrou sua vesão impressa. Entre os motivos, a alta do dólar e as dificuldades financeiras. A marca continua na internet.
2015
Brasil Econômico
Quando chegou ao Brasil, em 2009, tinha um projeto ousado, chegou a ocupar parte do espaço deixado pela Gazeta Mercantil e trazia um formato diferenciado. Mas, desde 2013, veio perdendo força econômica e relevância.

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