Brasil pode ser os EUA amanhã nos crimes de ódio

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Por Pablo Villaça, escritor – 

Se vocês querem aprender uma lição importante enquanto há tempo, vejam o que aconteceu ontem nos EUA, quando um homem branco matou oito pessoas – várias asiáticas.

Os crimes de ódio contra asiáticos nos EUA têm crescido de modo alarmante nos últimos meses. E por quê? Porque a retórica de Trump e dos republicanos tem sido de demonização absoluta dos chineses – e, para os brancos trumpistas, qualquer asiático é chinês. Os chineses são “responsáveis pela pandemia”, são “comunistas”, são “imigrantes tomando empregos de americanos”.




Soma-se a isto a cultura de armas dos EUA, onde comprar uma arma de fogo é tão fácil quanto comprar um saco de arroz. (O criminoso havia acabado de comprar legalmente a arma. Não há período de espera na Georgia; ele entrou na loja, comprou a arma e foi matar oito pessoas. É isso que acontece num país com armas liberadas.).

Armas em abundância + demonização de grupos específicos + polarização = tragédia anunciada.

E aqui estamos caminhando na mesma direção graças a um presidente genocida que sabe que depende de sua base de apoio numericamente na minoria, mas barulhenta e com inclinação à violência. É empresário armado gravando vídeo ameaçando Lula, é deputado ameaçando o STF e por aí vai. Essas pessoas se sentem ainda mais empoderadas graças às ameaças frequentes (e cada vez mais ostensivas) de golpe militar feitas pelo presidente. Afinal, se houver golpe, elas sentem que suas posturas de violência serão ratificadas, não punidas. Assim, adotam uma postura cada vez mais violenta que, acreditam, tornarão um golpe mais viável e que, ao ocorrer, premiará a postura violenta que o tornou possível.

É um círculo vicioso de retroalimentação do ódio.

E tudo isso interessa ao presidente genocida, que segue usando as instituições para tentar intimidar críticos (de Felipe Neto ao anônimo que comprou um outdoor) e, assim, desviar o foco do genocídio que está cometendo e das investigações sobre seus QUATRO filhos.

Isso não vai acabar facilmente, nem com o impeachment. Se possível for (e é um grande SE), o processo de cura do Brasil (em todos os sentidos) levará um longo tempo. Mas só poderá ter início quando não tivermos mais o Capitão Adolf Cloroquina na presidência. Todos que não estiverem empenhados na viabilização do impeachment estarão, nesse momento, assinando os atestados de óbito de quase 3 mil brasileiros por dia e da democracia brasileira.

E serão lembrados por isso pela História, trazendo vergonha para todos os seus descendentes.

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