Publicado em Jornal GGN –
O levantamento Defensores da Terra, realizado pela organização não governamental Global Witness, mostra que o Brasil continua liderando o ranking dos países com mais mortes de ativistas ambientais.
No mundo todo, aos menos 200 ambientalistas foram assassinados em 2016, o maior número de mortes registrado em um ano pela ONG. A organização aponta que o número pode ser ainda maior, tendo em vista que muitos homicídios não são relatados e nem investigados.
Do total das vítimas, 40% são indígenas, e 60% dos casos registrados aconteceram na América Latina. O Brasil aparece com 49 mortes, seguido pela Colômbia, com 37 assassinatos, Filipinas (28), Índia (16) e Honduras (14). Em 2015, o Brasil também liderou o ranking.
Outro ponto destacado pela pesquisa é o fato de que a violência contra os ambientalistas está se espalhando pelo mundo, sendo que foram documentados assassinatos em 24 países no ano passado, contra 16 em 2015.
Segundo a ONG, foram encontradas fortes evidências de que a polícia e as Forças Armadas estavam relacionadas a ao menos 43 homicídios em todo o mundo.
Para a Global Witness, é função dos Estados proteger os defensores de direitos humanos para que possam atuar com segurança. Entretanto, entidade aponta para um crescente processo de criminalização dos ativistas.
“Ironicamente, são os próprios ativistas que são classificados como criminosos, enfrentando acusações criminais promovidas por governos e empresas que tentam silenciá-los”, diz a ONG. “Esta criminalização é usada para intimidar os defensores e os colocar em disputas legais dispendiosas”.
A entidade aponta que a principal causa dos assassinatos de ambientalistas foram o envolvimento em conflitos contra atividades de mineração, de exploração de madeira e do agronegócio. O relatório também aponta que ameaças de morte, prisões, violência sexual e ataques legais também são recorrentemente usados para calar os ativistas.
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