Tive o prazer de visitar #Brasília em tempos democracia: gostei e ao mesmo tempo desgostei do que vi.
Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu Blog
A capital federal privilegia o belo, a arquitetura, a história recente, mas parece ignorar o povo, atual e ancestral.
Sou pedestre, o que na #capitalfederal é ser resistência.
Não há espaço para quem anda com as próprias pernas pela cidade.
Andar a pé é correr risco de ser atropelado, e morto.
São pouquíssimos os acessos para quem caminha, mesmo na regiões hoteleira e de poder.
Atravessar uma avenida é como que adentrar na selva, onde o bicho homem em seus carros não desviam de seus caminhos. Aliás, até os motoristas que desconhecem o local se confundem nas “pistas londrinas” e sinuosidade dos contornos.
Pedir informação em Brasília, então, é outro desafio.
Resta-nos recorrer aos trabalhadores, os candangos modernos em serviço, a nos guiar com boa vontade. Nem sempre podemos contar com os servidores públicos:
Daqui “descrachado” não entra. Remete-me à música de #GIlbertoGil.
Universidade de Brasília e a valorização do serrado
Talvez, a UnB seja o local mais diverso da cidade. Lá as “tribos” se encontram em terras ocupadas, originárias dos povos indígenas que habitaram o lugar.
Imagino se o presidente #Juscelinokubitschek tivesse vivido hoje, como a cidade seria diferente.
Prefiro pensar que ele teria respeitado os nossos ancestrais!
Na universidade, vemos os diferentes biomas, o cerrado é estudado cientificamente e os jardins nos ensinam a respeitar o tempo da natureza:


Naquele campus, testemunhei manifestações, liberdade de expressão e espaços para praticar a economia informal e a arte.
Mas, no passado recente não era bem assim, por isso temos de valorizar cada conquista e direito mantido.
Memorial JK x Memorial dos Povos Indígenas

Impossível não se emocionar com a figura de JK imersa às nuvens e com a frase visionária:
Tive a glória mais alta que um homem poderia ambicionar a de ter construído a capital de seu país.
Juscelino Kubitschek foi um homem que sonhou, articulou e realizou.
Passear pelo Memorial é interessante, também porque é um lugar lindo onde os trabalhadores fazem toda a diferença na arte de receber os convidados. Inclusive, com o mesmo ingresso R$5 (em dinheiro), pois não se aceita cartão ou PIX, podemos atravessar do outro lado e voltar, pisando no gravado e desviando de automóveis, visitar o Memorial dos Povos Indígenas, que tem acesso gratuito.
Aí começa o impasse.
Falta manutenção no espaço, e percebemos isso logo na fachada: pintura descascada e outros pequenos problemas.
É contrastante a diferença de estrutura, sobretudo quando queremos levar uma lembrança para casa; o indígena nos oferece arte originária, num espaço improvisado, enquanto no Memorial JK temos vitrines que nos convidam ao consumo.
Parece, dois Brasis distintos…
São.


Um espaço onde os povos indígenas, originários, são celebrados.
Um convite à preservação.
Terra Brasilis
Se, JK disse, um dia:
Tudo se transforma em Alvorada nesta cidade que se abre para o Amanhã…

Aprendi, no Memorial dos Povos Indígenas, que no Brasil vivem 305 povos indígenas, são faladas 274 línguas indígenas e que pelo menos uma pessoa indígena vive em 86,7 % dos municípios brasileiros.


É urgente que os espaços de poder entendam que não haverá amanhã sem preservação:
Afinal, a maior riqueza do Brasil é a sua natureza, o meio ambiente, sua cultura e as pessoas que vivem aqui. Indígenas, quilombolas, brasileiros e migrantes.
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#VivaospovosquevivemnoBrasil
#Diainternacionaldomeioambietne
#NãoaoPLdadevastação