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Em nota, Cristiano Zanin reage à decisão do juiz federal de bloquear os seus bens e de Roberto Teixeira. Ambos vêm atuando para desmascarar abusos cometidos pela Lava Jato e fazem a defesa do líder petista. A nova tentativa de intimidação dos advogados é e evidente abuso de autoridade
O advogado Cristiano Zanin Martins reagiu com indignação à decisão do juiz federal Marcelo Bretas de ordenar o bloqueio de R$ 237,3 milhões em bens dele e de seu escritório com o Roberto Teixeira. Os dois fazem a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Justiça Federal e têm atuado para desmascarar as ilegalidades e abusos cometidos pela força-tarefa da Lava Jato. “Como não tenho esse valor, evidentemente não houve o bloqueio”, disse Zanin, em nota à imprensa. “Mas é claro que se essa decisão existe e foi divulgada pelo juiz, estamos diante de novo e grave abuso de autoridade”.
Segundo Zanin, o que a Lava Jato deseja é fechar o escritório de advocacia dele e de Teixeira, que tem 50 anos de história. “Querem inviabilizar minha atividade profissional, particularmente na defesa do ex-presidente Lula, que está em um momento decisivo”, adverte. “A Lava Jato, ao seu modo, quer criminalizar a advocacia, quer atacar os 20 anos que tenho na advocacia privada, por eu ter denunciado, juntamente com outros colegas advogados, seus métodos espúrios, suas relações indevidas e, ainda, sua interferência nas eleições presidenciais de 2018”.
Nas redes sociais, Zanin declarou que é fake a notícia de que foram apreendidos R$ 237 milhões nas contas bancárias. “Para além do abuso de autoridade e do lawfare, trabalham com a mentira e a desinformação mesmo contra alguém que sempre atuou na iniciativa privada”, disse, em seu perfil no Twitter.
É fake a notícia de que foi apreendido o valor de R$ 237 milhões das minhas contas. Para além do abuso de autoridade e do lawfare, trabalham com a mentira e a desinformação mesmo contra alguém que sempre atuou na iniciativa privada.
— Cristiano Zanin Martins (@czmartins) September 19, 2020
Zanin lembra que a prisão e condenação de Lula pelo ex-juiz Sérgio Moro resultou na eleição de Jair Bolsonaro, que em seguida convidou o então magistrado – artífice da Lava Jato – para ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Moro foi peça central na estratégia bolsonarista – inclusive proibindo uma entrevista de Lula à ‘Folha de S.Paulo’ – e vazando de maneira abusiva a delação do ex-ministro Antonio Palocci, numa manobra para tirar votos do candidato Fernando Haddad e inviabilizar a eleição de Dilma Rousseff, que disputada o Senado por Minas Gerais. Conversas de procuradores da força-tarefa da Lava Jato reveladas pelo site The Intercept Brasil, confirmaram o jogo combinado com Moro para interferir politicamente na campanha presidencial.
Na semana passada, quando Bretas autorizou a operação de busca e apreensão nos escritórios de advogados por conta da investigação de supostas irregularidades na Federação do Comércio do Rio de Janeiro, a OAB e o grupo Prerrogativas, denunciaram o abuso. “Meu escritório foi contratado por uma entidade privada, a Fecomércio do Rio, prestando serviços advocatícios de elevada complexidade por meio da atuação de cerca de 80 colaboradores e recebeu os honorários contratados”, voltou a esclarecer Zanin. “Tudo foi analisado por auditoria externa — que atestou a absoluta regularidade de toda a contratação”.