A Caixa Econômica Federal criou um sistema de censura prévia a projetos culturais realizados em seus espaços em todo o país. Novas regras implementadas neste ano exigem que detalhes do posicionamento político dos artistas, o comportamento deles nas redes sociais e outros pontos polêmicos sobre as obras constem de relatórios internos avaliados pela estatal antes que seja dado o aval para que peças de teatro, ciclos de debates e exposições já aprovados em seus editais entrem em cartaz.
Funcionários da Caixa Cultural de diferentes estados relataram à Folha que essas novas etapas no processo de seleção de projetos patrocinados pelo banco permitem uma perseguição aberta a determinadas obras e autores. Os relatórios já eram uma prática de anos anteriores, mas agora ostentam os tópicos “possíveis pontos de polêmica de imagem para a Caixa” e histórico do artista e do produtor “nas redes sociais e na internet”. Procurada, a Caixa diz não haver restrições a temas.
O documento a que a Folha teve acesso mostra que no campo sobre polêmicas devem ser levantados o que está descrito da seguinte forma: “possíveis riscos de atuação contra as regras dos espaços culturais, manifestações contra a Caixa e contra governo e quaisquer outros pontos que podem impactar”.
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