Já me perguntaram: “Mas o que esses jornais e essas revistas publicam é nojento, você não preferiria saber que deixaram de circular?” Minha resposta é não. Não apenas pela consciência do valor do contraponto, da importância de conviver com a livre manifestação do desalinho, da oposição, da prepotência sublimada em caracteres, mas principalmente porque minha causa é a melhoria da imprensa, não sua extinção.
Diante do desgoverno da mídia, diante das evidências dos crimes que a mídia comete, diante das pedaladas da mídia, há aqueles que pedem seu impedimento, seu afastamento, sua falência. Eu peço mudanças. Tenho – ou tinha – esperança de ver O Globo melhorado, a Globo melhorada, a Folha melhorada, até a Veja melhorada. Sem impeachment para eles.
Torcer pelo agravamento da crise da nossa imprensa, em especial como quem diz “bem feito por toda a canalhice publicada”, é torcer pelo agravamento da crise da democracia. E nessa torcida eu não entro. Minha torcida é para que se salvem.
Há jornalismo de verdade a ser feito. Imprescindível. Sem manipulação, sem cretinice, sem fabricação de crises, com credibilidade, justiça e responsabilidade.