É surpreendente (e nauseante) notar que há pessoas, muitas, caladas e até confortáveis com os excessos e a falta de isonomia por parte do Judiciário brasileiro no caso Lula, que adotam essa postura porque tudo se torna aceitável, natural, compreensível e louvável se for para evitar uma nova vitória do “molusco” nas urnas.
Afinal, a Justiça tem que se moldar ao interesse maior da nação, não é mesmo? Então venham as conduções coercitivas, o Lawfare, a acusação de que os recibos de aluguel são falsos, o sequestro dos bens, a interdição do Instituto Lula, a conclusão de que reformas foram feitas com recursos provenientes de propinas e a convicção de que uma esposa não pode ter iniciativa de administrar finanças, assinar contratos e supervisionar serviços a não ser quando é para acobertar falcatruas do marido.
Sobretudo, que venham também as capas de revista e os telejornais com sua dose diária de seletividade, de luta de classes às avessas e de honrarias distribuídas aos “brasileiros do ano”, essa gente de bem comprometida única e exclusivamente com o objetivo altivo de livrar-nos de todo o mal. Lula na cadeia.
O senso comum é meu pastor e nada nos incomodará. Amém.