Adriana do Amaral, jornalista
Cerca de 13 horas na cidade de São Paulo, o barulho das buzinas interrompem a paz do almoço, nesse sábado (22). Na rua conhecida pelo comércio de luxo, Oscar Freire, caminhões pesados rompem a restrição de transporte pesado enfeitados com bandeiras do Brasil e adesivos prós-Bolsonaro e Tarcísio (aquele que ninguém sabe quem é e pretende privatizar o fornecimento de àgua no Estado). Veja imagens e vídeos abaixo.
A uma quadra, no Complexo da Saúde, que permeia o quadrilátero onde está localizado o Hospital das Clinicas da FMUSP – Faculdade de Medicina da USP, pacientes tentam resistir às dores, correndo o risco de morrer pelos cortes da verba do SUS. Inclusive aqueles que ainda sofrem com Covid-19, no Hospital Emílio Ribas.
Marcando força e até mesmo uma espécie se assédio social, o porte dos veículos, que demonstram a riqueza de seus proprietários, parecem agradecer à verba prometida.
Nas quadras menos elitizadas, moradores lulistas protestavam aos gritos de Fora Bolsonaro. Os caminheiros protegidos em suas cabines gigantes tentam calar as vozes com buzinaço incessante.
Eu, moradora, me confrontei, mas assustou-me também as vozes de apoio. Há uma hora o som horripilante persiste na frente da minha casa, invade os espaços e eu grito.
Hoje é dia 22, o número da besta. O espetáculo de horrores continua lá fora. A guerra está declarada.
Vejam os vídeos aqui: