Confesso que li, com perplexidade, no #Instagram do #PadreJulioLancelloti duas campanhas destinadas à população de #Barueri, #São Paulo e #BalneárioCamburiú, #SantaCatarina, orientando as pessoas a não darem esmolas. É a institucionalização da exclusão e da total falta se solidariedade. A esmola, muitas vezes salva vidas num país onde a omissão é oficializada pelo Estado.
Por Adriana do Amaral, compartilhado de Construir Resistência
Eu não dou esmolas, eu ajudo a quem necessita. Tenho como prática acatar aos pedidos, pois quem clama por socorro sabe o quão importante é aquele -pequeno-recurso compartilhado.
E não me refiro apenas às #pessoasemsituaçãoderua, mas artistas populares, #pessoascomdeficiência e #cidadãosemsituaçãodedesemprego. Brasileiros que viram as suas vidas serem precarizadas numa sociedade aparofóbica.
“Que horror. Esmola mantém alguém na rua? Ou será desemprego, falta de moradia, conflitos, abandono. Mais de duzentas mil pessoas no Brasil estão em situação de rua por receberem esmolas?”, questiona o religioso.
Nas imagens compartilhas na rede social vemos a materialização do discurso que culpa o povo brasileira pela pobreza que assola o país, deixando claro que tanto quem se importa como quem corre risco diariamente são responsáveis. É a mensagem hegemônica que valoriza a política neoliberal, que entende que só tem valor quem produz ou tem poder de compra.
Lamentável a realidade em que vivemos onde a vida humana não importa, onde as pessoas que não possuem são descartáveis. Isso, em plena #pandemia da #Covid, que ainda nos ameaça a todxs; ás vésperas das festas de final de ano, quando alguns desejam sorte, saúde, sucesso e amor numa celebração para poucos.
O anúncio, no painel do ponto de ônibus diz para “ValorizaSuaVida. A vida de quem mesmo?
Lembrando que há muitas formas de doar: recursos, roupas, alimentos, tempo, sangue, órgãos, amor!