Por: Adriana do Amaral, jornalista
A campanha começou, e não apenas o horário eleitoral gratuito e entrevistas, nas ruas. Eu, eleitora, faço a minha parte no corpo-a-corpo.
Meus broches indicam o meu candidato, e não é que estou sendo alvo do ódio alheio? Ao caminhar por São Paulo (sou pedestre) sempre tive por hábito dialogar com quem cruza o meu caminho.
Às vésperas das eleições, literalmente com o meu candidato no peito, assustei-me quando um homem jovem olhou para mim, se afastou, e gritou: Ave-Maria, credo. E fez o Sinal da Cruz afastando-se de mim como se tivesse visto o capeta.
Andei cerca de dois quilômetros, nas primeiras horas da manhã dessa quinta-feira, e percebi olhares nada amigáveis. A maioria trabalhadores, esperando o comércio abrir, frequentadores de academia, de idades variadas. A cada passo percebia a hostilidade.
No início recuei, mas aos poucos fui olhando nos olhos, percebendo as reações e sorrindo. Afinal, ninguém precisa concordar comigo, porém não pode cercear a minha liberdade de expressão.
Assustou-me, porém, como os meus botons vermelhos causaram repulsa. Principalmente na região dos Jardins e Avenidas Augusta e Paulista.
O primeiro sorriso veio de um “barbudo”, depois o abraço, de um artesão imigrante argentino e, finalmente, no centro da cidade a militância petista no Armazém do Campo, onde mora a solidariedade e o amor- ops, o MST!
O tempo de campanha é curto, mas a caminhada será longa até o governo popular tomar posse -toc-toc-toc. Cada passo importa.
Boralá desfilar camiseta, bandeira, broches, bonés, sacolas, toalhas. Quando o diálogo é difícil precisamos explicitar a nossa escolha.
O nosso futuro, e do Brasil, requer de passadas firmes. Só assim o Amor vencerá o Ódio.