Ele perguntou o endereço e pediu a data. Conferi no visor do celular se ligara para o Carlos Alberto certo. Conheço alguns xarás do Capita bem pernas de pau. Mas era o próprio, o Capitão do Tri, o lateral da maior seleção de todos os tempos! O cara não estava blindado por uma penca de assessores, não pediu que enviasse uma solicitação por email. Apenas topou. Ele morava na Barra da Tijuca e frisei que seria numa terça-feira, à noite, no Grajaú. Ele topou.

Para mostrar algum profissionalismo disse que nosso motorista o pegaria em casa. Ainda não tinha Uber e foi mais difícil conseguir um motora do que convencer o Carlos Alberto de ir ao Bar da Eva. Mas o Mangueirinha foi, o quebra-galho e parceiro de todas as horas. Perguntou em qual carro iria. Que pergunta??? No próprio, claro!!! Só que no caso o próprio era uma Fiatzinha velha de guerra. Chovia. Quase toda terça chovia, impressionante.

O bar estava lotado!!!! Encomendei várias réplicas da Jules Rimet e distribuí sobre as mesas. A mesa principal estava coberta por uma bandeira brasileira. O boteco era caprichado! Eu estava tenso porque o Mangueirinha não atendia o celular. Mas pelo menos Itiro Tanabe, o repórter escalado para entrevistá-lo, chegara! Itiro era figurinha carimbada do Bar da Eva, não era jornalista, mas sempre foi um “perguntador” dos bons! Dava certo!!!!

Duas horas depois do combinado, o carro estacionou na porta e Carlos Alberto desceu tortinho da lata de sardinha: “Esse Mangueirinha é gente boa, mas errou o caminho umas três vezes”, reclamou. Na verdade, brincou.

Carlos Alberto pediu desculpas por estar com problema de garganta. Pediu desculpas por estar rouco!!! Fiquei sem reação. Não podia ser ele ali, no Bar da Eva, sendo pego pelo Mangueirinha, entrevistado pelo Itiro e desculpando-se pela rouquidão. Mas era.

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