Por Luisa Fragão, compartilhado de Revista Fórum –
Filho do presidente teria articulado junto ao ministro da Justiça para excluir o GSI da licitação. Programa já foi usado para espionar jornalistas e opositores em outros países
Para diminuir o poder dos militares na área de inteligência, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) teria atuado nos bastidores da compra de uma ferramenta de espionagem pelo governo federal de forma a excluir das tratativas órgãos como Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Informações (Abin).
Segundo fontes ouvidas pelo UOL sob a condição de não terem seus nomes e cargos revelados, o filho do presidente teria articulado junto ao novo ministro da Justiça, Anderson Torres, para excluir o GSI da licitação. O objetivo de Carlos seria usar as estruturas do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para criar uma espécie de “Abin paralela” sob seu comando.
O sistema de espionagem em questão seria o Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group. O programa já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e opositores de governos ao redor do mundo, como nos Emirados Árabes Unidos e México. Organizações como a CitizenLab e a Anistia Internacional têm denunciado o Pegasus desde 2016.