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Um dia eu vou conhecer Carlos Caszely, apertar-lhe a mão e dizer-lhe de minha admiração. Ele é um grande chileno, tem os mesmos 64 anos de idade que eu tenho e é um exemplo de dignidade e de coragem para mim. Ele disse não ao ditador Augusto Pinochet.
Antes do embarque da seleção chilena de futebol que foi à Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, a delegação foi convocada ao palácio para saudar Pinochet.
Perfilados, os jogadores iam recebendo o cumprimento do ditador. Ao estender a mão a Caszely, Pinochet teve uma surpresa que o deixou perplexo: Caszely simplesmente negou-se a cumprimentar o ditador em protesto pela prisão e tortura de sua mãe duas semanas antes.
Um dia vou conhecer Carlos Caszely. Sem saber de minha existência, dele ganhei uma camisa da seleção chilena autografada. Agradeço ao talentoso cineasta Felipe Nepomuceno, que o entrevistou para o programa que dirige no Canal Brasil, Sangue Latino, apresentado por seu pai, o jornalista Eric Nepomuceno.
Foram eles que se lembraram de me dar o precioso regalo. Quem puder, não perca o programa, dos melhores da televisão brasileira. Tão bom quanto a honra de ganhar uma lembrança de um grande cidadão do mundo.
José Carlos Asbeg
Jornalista e Documentarista, autor do filme 1958 – O ano em que o mundo descobriu o Brasil, sobre a Copa do Mundo