Por Maiara Muraro, Emes de Mulher –
O Carnaval de 2020 confirmou ainda mais sua imagem de manifestação pública e democrática como ferramenta de resistência e criticidade ao governo.
Pelas ruas do Brasil foliões ecoam gritos de repúdio ao Presidente Jair Bolsonaro, fantasias como sátiras a eleitores do presidente e/ou críticas ao atual governo.
No Rio de Janeiro escolas de samba como Mangueira, São Clemente e Acadêmicos do Vigário Geral mostram que política é também manifestação de cultura , principalmente quando a educação do país falha nesse aspecto.
Até em carros alegóricos na Alemanha e em Portugal a figura do Presidente brasileiro se manifesta em forma de aversão e sarcástico humor.
Mas nada disso é novidade. Todos já sabemos, muitos aplaudimos e vibramos com cada ato e expressão de abominação a Jair Bolsonaro.
Só que em paralelo, na segunda de Carnaval, o Presidente da República lança campanha de ato CONTRA a constituição. Divulga campanha de manifestações em prol de Bolsonaro que vão hoje contra a nossa lei e nossa democracia.
E isso é muito grave. O ato foi divulgado para 15/3, uma semana após 8/3 – Dia Internacional da Mulher – que historicamente já enche as ruas com manifestação em prol do nosso direito feminino de SERMOS O QUE QUISERMOS.
Para impulsionar sua campanha, Bolsonaro vem com todo seu comboio contra todos nós que por aqui resistimos DEMOCRATICAMENTE.
E toda nossa força e alegria de ser resistência no Carnaval não pode acabar na quarta feira de cinzas.
Porque é exatamente quando a festa democrática termina, que se inicia a festa da censura.
Não se deixe enganar , resistir não é apenas festejar.
Se renove, se fortaleça e VEM PRA RUA porque pelo o que indica nossa luta de 2020 está apenas começando!