Carta aberta aos senhores generais

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E. P. Cavalcante, capitão de mar e guerra

Causa espanto constatar o modo pelo qual um grupo de generais brasileiros, uma facção do Exército, trata o povo brasileiro. Como se fosse uma comunidade de retardados mentais.




Isto vai muito além do absurdo!

Estes generais se consideram acima do bem e do mal. Os únicos brasileiros honestos e capazes de governar o país. São os generais do “partido fardado”.

É o “partido” dos golpes e intervenções militares.

E antes de mais nada! O que tem a ver o Exército com as urnas eletrônicas, com eleições?! Não deveria ter nada a ver.

 Exército e eleições, urnas eletrônicas, não se coadunam.

Mas aqui já cabe uma pergunta: O Exército, a Marinha de Guerra e a Aeronáutica são entidades do Estado ou do governo?…Precisa-se de uma resposta.

O Exército não teria nada a ver com urnas e eleições se se tratasse de um exército que leva a sério o seu dever militar. Mas tratando-se de um “partido fardado” é outra história!  

  Essa facção do Exército de que falamos age, em tudo e por tudo, como partido político. Não um partido qualquer, mas um superpartido,  acima dos poderes Legislativo e Judiciário. 

Vestindo a capa verde oliva do Exército, os generais militantes do “partido”, na ativa ou na reserva, sempre desconheceram e desconhecem a disciplina militar e a hierarquia.

 Não obedecem à Constituição nem ao Estatuto dos Militares. Ignoram, até mesmo, o juramento à Bandeira a que todos os militares são obrigados.

 Desmoralizam as forças armadas.

Jogaram o Exército de Caxias no descrédito, na indisciplina, na lata de lixo da história!

Ditam comportamento ao Poder Judiciário, como fez o general Villas Boas, comandante do Exército, à época, ordenando ao STF, sob ameaças, manter o ex-presidente Lula preso. Absurdo! Mas fato concreto.

As forças armadas brasileiras são três: Exército, Marinha de Guerra e Aeronáutica.

Deveriam ser quatro, pois a força militar mais antiga do país é o Corpo de Fuzileiros Navais, que chegou ao Brasil em 1808, com a família real portuguesa.

O Corpo de Fuzileiros Navais  tem origem no contingente da Brigada Real da Marinha de Portugal.

No Brasil, após 1808, passou a se chamar: Batalhão de Artilharia de Marinha. E depois de algumas trocas de nomes, em 1932 assumiu o nome atual de Corpo de Fuzileiros Navais. 

 Tropa de elite, os fuzileiros navais prezam a disciplina e hierarquia militar, acima de tudo!

Portanto o Brasil deveria ter quatro forças armadas: Exército, Marinha, Aeronáutica e Fuzileiros Navais.

 Tropa de Elite de defesa territorial.

Mas voltando a questão do “partido fardado”, faz-se necessário dar um mergulho profundo na nossa história para compreender a situação trágica, perversa em que vivemos.

Pois encarando-se a dura realidade, não passamos de uma colônia.

 Somos a colônia Brazil com “Z” do Império ianque.

 Temos uma meia soberania, uma soberania relativa.

 Somos um país mais ou menos livre e soberano. Dirão os súditos conformados do Tio Sam.

Mas isto não existe! Meia soberania não existe.

 Ou se é independente e soberano ou somos uma dependência colonial.

A política externa do Brazil com “Z” é atribuição do Departamento de Estado ianque. É ele quem dita quem são os nossos amigos e inimigos.

Da política econômica se encarregam os banqueiros ianques por intermédio de banqueiros “brasileiros” que de brasileiros só tem o nome: são os Meirelles, os Paulo Guedes.

Na política interna, o presidente da república ou o capataz escolhido deve ser um lacaio sórdido. Rastejar aos pés do Trump ou de qualquer outro senhor do Império.

Não sendo, assim será demonizado, sofrerá pressões fortíssimas, insuportáveis, que levaram o Presidente Getúlio Vargas ao suicídio em 24 de agosto de 1954, para não sair do palácio preso.

 João Goulart, Jango, pagou caro por seu governo nacionalista e popular. Morreu no exílio.

Lula, após terminar o melhor governo que o país já teve, terminou o governo com 80 por cento de aprovação. No seu governo todo brasileiro melhorou de vida. Quem trabalhou ganhou dinheiro, do banqueiro à empregada doméstica.

Lutou pela soberania nacional. Fazendo parceria estratégica com os BRICS.

Ao deixar o governo foi preso. E sofreu a maior tentativa de destruição moral que alguém já experimentou.

Na perseguição ao ex-presidente Lula, o carrasco principal, ex-juiz Sérgio Moro, usou o lawfare, a justiça usada como instrumento de perseguição política.

 Ou a manipulação das leis como um instrumento de combate a um oponente, desrespeitando os procedimentos legais e os direitos do indivíduo que se pretende eliminar.

 Isto tudo a serviço do Império ianque, e com o apoio irrestrito e o beneplácito do “partido fardado”. 

Mas aqui cabe uma nota séria e oportuna:

 Nem todos os militares das forças armadas ou do Exército são militantes do “partido fardado”.

 No Exército temos o IME, Instituto Militar de Engenharia, instituição de ensino de alto nível, onde cientistas fardados fazem pesquisas de alta tecnologia.

 E são orgulho para todos os brasileiros. Os militares do IME, cientistas fardados, cumprem com os seus deveres, fazem ciência!

Na Marinha de Guerra temos o centro de pesquisas nucleares onde cientistas militares e civis, com tecnologia nacional e idealismo, fazem da ciência um sacerdócio. 

Nesse campo, pesquisas nucleares, a Marinha tem história.

 Um conjunto de oficiais, que vai de capitão-tenente a oficiais superiores e almirantes, vem com esforço e dedicação valorizando as pesquisas.

O Almirante Álvaro Alberto foi o pioneiro nas pesquisas nucleares no Brasil.  Presidiu a Academia Brasileira de Ciências. Fez parte da comitiva que recebeu Albert Einstein na sua visita ao Brasil, em 1925.

Grande entusiasta da energia nuclear, foi o representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, onde chegou à presidência.

Segue-se o Almirante Otacilo Cunha um dos cientistas fundadores  do CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

E finalmente chegamos ao pico da montanha. O pai do atual programa nuclear brasileiro:

 O almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva é considerado o pai do Programa Nuclear brasileiro.

Perseguido pela famigerada Operação Lava Jato, como o ex-presidente Lula, o almirante Othon, foi condenado a 43 anos de prisão. Tendo 77 anos à época da condenação, o ex-juiz Moro queria vê-lo morrer na prisão.

Mas qual o crime do almirante Othon? Ser um dos maiores físicos nucleares, reconhecido em todo o mundo como tal, e ser brasileiro! Isto é revoltante!  

O almirante chefiou o programa secreto da Marinha que deu ao país o domínio de uma das mais cobiçadas tecnologias do mundo. Coube a ele a decisão final de escolher o caminho que o Brasil trilharia na definição do conceito tecnológico usado até hoje.

Nesse conceito desenvolvido pela Marinha, a magnética substitui a mecânica utilizada pelos alemães, conhecida como técnica de Zippe.

 A AERONÁUTICA E O INSTITUTO TECNOLÓGICO

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) é uma instituição de ensino superior e pública da Força Aérea Brasileira, vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), localizado na cidade de São José dos Campos, São Paulo.

O ITA possui cursos de graduação e pós-graduação em áreas ligadas à engenharia, principalmente no setor aeroespacial. É considerado uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil. Oferece aos seus alunos alimentação gratuita e moradia de baixo custo, dentro do próprio DCTA.

O que faz o ITA em prol do nosso país? Faz ciência, o que é uma honra para o Brasil. Este é o resultado do trabalho da oficialidade da Força Aérea Brasileira.

E do outro lado?… O atual governo?

No momento, um indivíduo fascista assumido senta na cadeira de Presidente da República.

 Indivíduo tosco, sem qualquer mérito ou princípio.

Uma figura exponencial do “partido fardado”.

Um negacionista, que nega a ciência, diz que a terra é plana, e que a vacina faz um terrível mal à saúde. Receitando contra o Covid 19 poções mágicas como a tal cloroquina.

 Um arruaceiro, que trata os seus opositores com linguajar de botequim. Mas tem cúmplices, como o presidente da Câmara do Deputados e o Procurador Geral da República. E o grupelho de generais do “partido fardado” que o assessoram. 

 E diga-se: o indigitado tem uma folha corrida ou prontuário nada recomendável ao militar de carreira.

 Ia sendo expulso do Exército no posto de capitão. Foi processado por quebra de disciplina e hierarquia militar. Por ser indigno do oficialato.

“Um mal militar!”, nas palavras do General Ernesto Geisel.

Mas para o “partido fardado”, o indigitado tem o mérito de ser um fascista militante.

Disse o General Pery Constant Bevilácqua: “Quando a política entra no quartel pela porta da frente a disciplina sai pela porta dos fundos!”

O general Pery Bevilácqua era um militar disciplinado. Não pertencia ao “partido fardado” e por isto foi punido, sendo cassado pelos golpistas de 1964.

 O Brasil precisa de forças armadas sim!

Precisa de um Exército, de uma Marinha de Guerra, de uma Aeronáutica e da tropa de Elite.

Mas não precisa, nem necessita, de um “partido fardado”, que tenta transformar o país num quartel.

Neste momento, estão procurando motivos para desacreditarem a Justiça Eleitoral.

Estão agredindo verbalmente o STF, Supremo Tribunal Federal, o que não passa de uma ameaça à democracia ou ao que nos resta de liberdade!

Mas lembrem-se, senhores, do que está escrito no Estatuto dos Militares:

Ordem absurda não se cumpre.

 Qualquer militar que cumpra uma ordem para agredir ou violentar as instituições do Poder Judiciário ou do Poder Legislativo, seja graduado, oficial superior ou general, estará violentando a lei maior, a Constituição.

 E portanto, cometendo um crime! E pode ser enquadrado no CPM, Código Penal Militar. 

MILITARES:

Cumpram com os seus deveres militares!

Respeitem a disciplina e a hierarquia militar!

Respeitem a Constituição brasileira e o Estatuto dos Militares e lembrem-se do juramento à bandeira que fizeram!

Com toda certeza, há muitos jovens militares: tenentes, capitães, majores e coronéis, servindo na tropa e precisando ser promovidos.

 Já é hora de mandar a velharia do “partido fardado” e seus cúmplices para casa!     

E lutem pela independência e soberania nacional.

 Assim estarão cumprindo com os seus deveres!

E. P. Cavalcante, capitão de mar e guerra, ref do Corpo de Fuzileiros Navais.

Pesquisador da história militar.

Ilha de Paquetá, 11 de maio de 2022.

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