Por Gustavo Gollo, publicado em Jornal GGN –
Esses fatos sugerem continuar havendo um conluio para blindar suspeitos intocáveis e dar por encerrado o caso com os menores contratempos possíveis
Tendo chegado ao local do crime, os PMs identificaram de imediato a assinatura dos assassinos, tratando, por conseguinte, de dispensar testemunhas posteriormente localizadas por jornalistas. A comoção ocorrida na internet, no entanto, obrigou a tomada de algumas providências por parte dos policiais, entre elas o recolhimento de 9 dentre as 13 cápsulas ejetadas pela arma do crime.
Os relatos das testemunhas tomados pelos jornalistas e utilizados posteriormente para a reconstituição do crime, assim como a posição do carro, encostado junto ao meio-fio à esquerda da pista, sustentaram durante meses a convicção de todos os jornais e TVs, de que um carro havia fechado o de Ânderson, obrigando-o a estacionar, tornando-o um alvo estático para a rajada certeira do matador que chegava em outro carro.
O recolhimento das cápsulas, apesar da falta de entusiasmo dos policiais demonstrada ao dispensar as testemunhas, também atesta o fato de a rajada ter sido disparada de um carro parado, ou teriam se dispersado pelo asfalto, irrecuperavelmente, logo após os disparos.
Além desse fato, tanto os jornais quanto a polícia andam esquecidos de outro, também noticiado na época do crime: a presença de um terceiro ocupante do carro, sentado no banco do carona, evidenciado de maneira muitíssimo engenhosa por um perito contratado pela TV que percebeu no reflexo do vidro em outro carro, a luminosidade de um celular segurado pelo carona do carro dos assassinos.
Esses fatos sugerem continuar havendo um conluio para blindar suspeitos intocáveis e dar por encerrado o caso com os menores contratempos possíveis para a facção das milícias e de todos os que a apoiam.