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Quase 500 novas infecções pelo coronavírus foram confirmadas nos últimos dias em Tulsa, palco de um comício do presidente em 20 de junho. Diretor de saúde diz ser “mais que provável” ligação com grandes eventos recentes.
O número de casos de covid-19 disparou em Tulsa, no estado americano de Oklahoma, pouco mais de duas semanas depois de um controverso comício eleitoral do presidente Donald Trump na cidade, afirmou a autoridade local de saúde nesta quarta-feira (08/07).
O condado de Tulsa, que tem a cidade homônima como sede, confirmou centenas de novos casos da doença causada pelo novo coronavírus nos últimos dois dias, após uma queda nas infecções nas duas semanas anteriores. Na quarta-feira, um pico de 266 novos casos foi registrado.
Questionado se a explosão de novos casos poderia estar relacionada ao comício de Trump em 20 de junho, Bruce Dart, diretor do departamento de saúde de Tulsa, afirmou ser “mais que provável” que grandes eventos recentes tenham contribuído para a alta.
“Nos últimos dias, tivemos quase 500 casos. E sabemos que tivemos vários grandes eventos um pouco mais de duas semanas atrás. Então, acho que podemos ligar os pontos”, disse Dart.
Pessoas infectadas com o coronavírus podem levar até duas semanas para manifestar sintomas. O diretor de saúde afirmou que mais dias serão necessários para determinar se a alta de casos representa uma tendência.
A porta-voz da Casa Branca Kayleigh McEnany afirmou não ter dados que confirmem as conclusões de Dart.
Milhares de apoiadores de Trump desafiaram a pandemia para comparecer ao comício no mês passado, o primeiro em quase três meses, propagandeado como um grande relançamento da campanha à reeleição do republicano antes do pleito marcado para novembro.
Apesar de o número de participantes ter sido bem menor do que havia previsto a equipe de campanha de Trump, a reunião na arena fechada foi alvo de críticas por falta de distanciamento social e por ter falhado em garantir que se usassem máscaras. O local tem 20 mil assentos, mas muitos ficaram vazios.
A temperatura corporal dos participantes foi medida na entrada do comício, e máscaras foram distribuídas, mas a maioria dos participantes não usou uma – inclusive Trump. Vários membros da campanha do presidente haviam sido diagnosticados com o coronavírus antes do comício.
Um dia antes do comício de Trump, milhares participaram de celebrações do “Juneteenth” em Tulsa, para marcar a libertação dos últimos escravos nos EUA, em 1865.
Na noite do comício, cerca de mil manifestantes anti-Trump também se reuniram nas ruas na cidade. A maioria usou máscaras, segundo observou um jornalista da agência AFP.
LPF/afp/rtr