Julho foi o pior mês da pandemia do novo coronavírus em muitos países, com mais de 8 milhões de casos registados – o equivalente a quase o total dos registos referentes aos primeiros seis meses da pandemia, noticia o ‘The Guardian’.

Com as infeções globais a ultrapassar os 18 milhões, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia alertado, no fim de semana passado, que a pandemia continua a acelerar, com os novos casos a duplicar a cada seis semanas.

Os Estados Unidos registraram um recorde de 1,87 milhões de casos em julho, segundo os números da Universidade Johns Hopkins, o que representa mais de o dobro do registado em abril, altura em que foram alcançados 860 mil novos casos. Em maio, foram registadas 690.200 novas infeções, enquanto em junho foram registadas 820 mil casos.

As infeções nos EUA estão perto dos 5 milhões, com 4.657.693 confirmadas, ou mais de um quarto do total global. As mortes nos EUA são de 154.834, ou um quinto do total global de 687.067.

A Índia, com o terceiro maior número de casos no mundo, também viu disparar os casos confirmados em julho, com 1,1 milhão para 1,75 milhão de infeções relatadas nas últimas quatro semanas, informou a AP. A Índia registou quase 55 mil novos casos de coronavírus, este domingo, abaixo do recorde do dia anterior de 57.118. Pelo menos 37.364 pessoas morreram na Índia durante a pandemia até agora.

Já o Brasil, outro foco de preocupação, registou 1,2 milhão dos seus 2,7 milhões de casos no total – o segundo maior do mundo – ser reportado em julho, enquanto a África do Sul atingiu 300 mil casos em julho, que comparam com 116 mil em junho. A África do Sul é o quarto país mais afetado em termos de casos e passou para 500 mil casos no sábado.

No relatório sobre o progresso no tratamento da pandemia, publicado este fim de semana, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que “até o final de junho de 2020, a OMS havia recebido relatos de quase 10 milhões de casos e meio milhão de vidas perdidas. A pandemia continua a acelerar, e na taxa atual, os casos duplicam a cada seis semanas”.

Cinco dos últimos sete dias tiveram aumentos diários de mais de 250 mil casos positivos ou um milhão a cada quatro dias.

Na Austrália, que confirmou menos de 20 mil casos desde janeiro, começou um bloqueio severo em Melbourne, Victoria, na noite de domingo. As restrições devem vigorar nas próximas seis semanas.

Outros desenvolvimentos ‘de peso’ no mundo incluem:

O Vietname está a correr para construir um hospital improvisado de 700 camas  para lidar com um surto na cidade central de Da Nang, enquanto o ministro da Saúde alertou que a atual estirpe do vírus é mais contagiosa do que as anteriormente vistas no país.

As Honduras vão estender o confinamento por mais uma semana, num esforço ímpar para conter a pandemia já que é a primeira vez, desde março, que impõe um toque de recolher diário, das 17h00 às 7h00.

O número de novos da Covid-19 casos na China está bem distante dos números da região noroeste de Xinjiang que continuam a cair, passando a 28, esta segunda-feira. A China registou 43 novos casos em todo o país, sete deles importados e oito na província de Liaoning, no nordeste.

Sete autoridades de saúde chinesas chegaram ontem a Hong Kong, numa equipa de 60 especialistas que realizarão testes em massa, pelo território, enquanto tentam interromper uma segunda vaga.

Registo ainda de um grande surto na Grande Manchester, Reino Unido, acompanhado de aumentos nas taxas de infeção por coronavírus em várias localidades.