Valores tratados pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em conversas no aparelho periciado chamam a atenção dos investigadores
Por Raphael Sanz, compartilhado de Revista Fórum
Preso desde o último dia 3 de maio por conta do esquema de falsificação de cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid passa por minuciosa investigação da Polícia Federal. No seu celular apreendido foram encontradas mensagens que versam sobre o envio de remessas de dinheiro para o exterior. Os valores tratados chamaram a atenção dos investigadores.
Com a perícia feita no telefone do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro os investigadores encontraram conversas com um contato nos EUA que seria a pessoa que opera a conta de Cid naquele país.
Agora a PF deve pedir a quebra do sigilo da conta operada nos EUA, em trâmite a ser realizado via Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça. O pedido deve ser feito com certa agilidade pela investigação mas terá de esperar a resposta do Departamento de Justiça dos EUA que, não se sabe, pode ser rápida ou inconvenientemente demorada.
As novas revelações batem com os 35 mil dólares e os R$ 16 mil em espécie encontrados na casa de Mauro Cid. Ele agora é investigado por lavagem de dinheiro e a PF quer saber por quê Cid estaria enviando dinheiro ao exterior. A principal hipótese levantada nos meios de comunicação é de que estaria articulando uma eventual fuga definitiva de Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é investigado em pelo menos três inquéritos além dos cartões de vacinação. São eles o caso das joias sauditas, das milícias digitais e da intentona golpista de 8 de janeiro.