Por Mario Marona, jornalista.
Este argumento de que o Cid errou e de que os disparos contra ele foram reação natural a uma agressão que ele cometeu começa a fazer lembrar daquele outro argumento que diz que a moça estuprada estava usando minissaia, tinha bebido e se insinuava sexualmente. É alegação de estuprador.
Independentemente do descontrole do senador, há questões que estão acima disso e de tudo o mais:
1) policial e militar não podem fazer greve porque deixam a população em situação de completo abandono e insegurança física.
2) Ninguém pode fazer greve com arma na cintura.
3) Grevistas armados e mascarados – e que usam as armas para intimidar a população, ou, pior, atiram contra quem quer que seja, não são grevistas, são bandidos.
4) Não podemos nos acostumar com a ideia de que, em vez de recuar, xingar, protestar e, em seguida, processar um senador que cometeu uma agressão – como faria qualquer grevista ou manifestante no mundo – é aceitável disparar vários tiros contra ele, para matar.
Quem aceita esta reação contra um senador intempestivo, rende-se ao discurso de Bolsonaro, dos filhos de Bolsonaro, dos Helenos que assessoram Bolsonaro.
SE FOR ASSIM, A CIVILIZAÇÃO NÃO TERÁ MAIS CHANCE ALGUMA.