Por Maria Ligia Pagenotto, jornalista, Facebook –
Ontem, perto da Praça General Jardim, um homem me parou e, educadamente, perguntou as horas. Dei a informação e segui o meu caminho. Parei pra tirar uma foto, ele me alcançou e puxou conversa. Tinha saído da cadeia (mostrou alvará de soltura). Muito magro, por volta de uns 50 anos de idade, disse que sua família mora em MG e que, por conta de uma pendência com a Justiça, não pode sair de SP. Envergonhado, cabisbaixo, pediu algo pra comer, dei um dinheiro, ele agradeceu muito.
Fiquei sem saber o que dizer pra ajudá-lo, dar a ele algum alento, sei lá. Ele me parecia perdido na cidade, sem saber pra onde ir, um olhar sem esperança.
E que esperança pode ter um homem pobre que sai da cadeia depois de cumprir sua pena, se não tem ninguém que o acolha, sem dinheiro, sem perspectiva nenhuma? Vai ficar morando na rua, provavelmente, e, quem sabe, uma hora, será novamente detido. “Justiça” bruta.