Por Nirton Venancio, cineasta, roteirista, poeta, professor de literatura e cinema
Hoje, 85 anos de nascimento do santo guerreiro do cinema brasileiro.
“Não há ninguém que se pareça com ele, nem de perto, no cinema de hoje – a força de sua obra, sua paixão intensa me fazem falta. Meu primeiro encontro com a obra de Glauber Rocha foi seu marcante ‘Terra em transe’ (1967), que ajudei a restaurar vinte e cinco anos após sua estreia.
O filme leva o espectador ao esgotamento, tão intenso e implacável é a sua confusão de sons e imagens. Até hoje nunca vi nada igual! Muito rápido me certifiquei de descobrir seus outros filmes, dos quais ‘O dragão da maldade contra o santo guerreiro’ (1969) é o meu preferido.
O engajamento pessoal de Rocha é tão grande que o estilo de seus filmes é inseparável de seu conteúdo político. Rocha não se contentava em pegar uma história e desenvolvê-la: ele criava verdadeiramente uma tapeçaria frenética de dor, cólera e sofrimento humanos que ele havia observado ao seu redor, em seu ofício tecido por sua grande inteligência.” (Martin Scorsese em Cahiers du Cinéma, nº 500, março de 1996)
Glauber e Scorsese encontraram-se três vezes, em Nova York, Los Angeles e no Festival de Veneza, em 1980. Nesse mesmo ano a artista plástica Paula Gaitán, à época sua esposa, fotografou em Portugal Glauber ao lado do cartaz do filme que o cineasta americano estava lançando, “O touro indomável”. A admiração era mútua.
Em 1991 Scorsese posa para o fotógrafo Michael Chaiken segurando o cartaz de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, um dos filmes restaurados juntamente com “Terra em Transe” e “O Dragão da Maldade”, que receberam cópias novas em 35mm.
Título da postagem é do Bem Blogado