Ciro, esse que a turma envergonhada de ser direita escolheu pra votar contra o Lula sem sujar a mãozinha na urna, é hoje metade do candidato que era há quatro anos. Em 2018, ficou nos 12% ou 13%. Agora, patina em torno dos 7%.
Por Silvio Queiroz, compartilhado de Construir Resistência
Começou a caminhada se apresentando como alternativa à “polarização” que estaria arruinando o país. Não colou. Agora, temendo a debandada dos poucos eleitores para Lula, na reta final, a fim de derrotar o miliciano logo no primeiro turno, resolveu concentrar os ataques nele.
Resultado: perdeu votos, do mesmo jeito. Só que eles foram pro Bozo. Em 2018, no segundo turno, ele escolheu ir pra Paris. Agora em outubro, capaz de ir curar a ressaca da votação de um dígito em Rio das Ostras, a bolsolândia.
E, com a própria carreira política, Ciro enterra também a sigla do PDT. Aliás, tanto faz pra ele. Acho um engano dizer que o sinhozinho de Sobral seja PDT. Como nunca foi PDS, nem PMDB, nem PSDB, nem PSB, nem o finado PPS. Ciro é Gomes e mais nada. O tal “projeto nacional” cabe naquele título cantado pela Billie Holiday: Me, myself and I.
Na polarização entre os democratas e o milifascismo, quem tenta pagar de “meio termo” se torna irrelevante. Cadê o PSDB? E o PFL/DEM? O PT vem de completar 40 anos. Sobreviveu à inquisição (nada santa) e segue em frente. É contra ele que a extrema direita despeja o ódio visceral que nutre pela classe trabalhadora.
Silvio Queiroz é jornalista, colunista do jornal Correio Brasiliense