Por Fernando Brito em seu Blog –
É impressionante a capacidade de Ciro Gomes em cometer erros de posicionamento eleitoral.
Ao dizer, no debate SBT/UOL/Folha que “se eu puder governar sem o PT, prefiro”, quer se valorizar para o antipetismo, não para os indecisos a quem, no final, disse querer pretender falar.
E buscar o antipetismo foi a tônica de todos os candidatos, o que é o mesmo que tentar beber numa tigela onde todos estão procurando por a boca.
Ou alguém acha que Ciro, eventualmente eleito, fosse montar uma base de governo progressista sem o PT, que deve sair das urnas com a maior ou uma dos maiores bancadas?
Ciro, que tinha aberta o posicionamento de uma força que fosse à frente e melhorasse o que é o PT, preferiu ir disputar os 30% do antipetismo, onde há um rei, Bolsonaro, e vários pretendentes (Alckmin, Marina, Dias…)
O resultado é que tomou um “toco” de Fernando Haddad, que não lhe fez ataques, ao mencionar que achava engraçado que Ciro dissesse isso depois de ter lhe oferecido o lugar de vice, dizendo que formariam um “dream team”.
Não foi uma “tirada” de Haddad. Está lá, em entrevista do ex-governador cearense ao El País: Ciro Gomes: “Uma chapa com Haddad em 2018 seria o dream team”,
Haddad foi piedoso, porque poderia ter criado um problema para Ciro no Ceará – onde está seu melhor resultado eleitoral – pois lá o seu grupo político e o PT são aliados e companheiros faz tempo. Bastava perguntar que, se ele preferia, porque não recomendava a seu irmão, Cid, candidato a senador, romper a aliança com o governador Camilo Santana , do PT e com 69% nas pesquisas para reeleger-se.
Não fez, porque sabe que vai precisar de Ciro no 2° turno, para o qual, ao contrário de Ciro, tem uma estratégia e não apenas uma esperança.