O cineasta argentino Carlos Sorín tem aquele amor pela simplicidade que é típico dos grandes contadores de história. Ontem à noite, tive o prazer de assistir a um dos filmes dele, “A filha distante” (“Días de pesca”), e, depois da exibição, de participar de um bate-papo com Sorín, homenageado na 5ª edição do Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú, o Cinerama BC. (Sim, temos um festival de cinema, e dos bons, aqui em nosso balneário.)
Nascido em 1944, em Buenos Aires, Sorín dirigiu vários filmes premiados em âmbito internacional, entre eles “Histórias mínimas”, que será exibido no encerramento do festival e que, a exemplo de “A filha distante”, também foi rodado na Patagônia.
Ontem fiz minhas “preguntitas” a Sorín – motivas pela admiração e pelo velho vício profissional. “Quando uma cena está pronta para você?”, perguntei. “Bom, isso é coisa do nosso ofício, mas o mais importante é a intuição”. Sobre seu trabalho como roteirista e sobre o evidente cuidado e paixão que os argentinos têm em relação a seus roteiros, ele disse: “Você pode ter os melhores atores, o melhor diretor, a melhor produção, mas não vai adiantar se você não tiver um bom roteiro”.
O mais importante, porém, Sorín dissera quando subiu ao palco, antes da exibição do filme no Teatro Municipal. Ele afirmou que, nestes tempos de recursos tecnológicos quase ilimitados e megaproduções, prefere se dedicar à narrativa. A narrativa. A história. A história bem contada. A simplicidade que revela a essência. Esse é Carlos Sorín.