Clélia Rocha pelo Facebook

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De Clélia Rocha, grande amiga deste blog e muito amiga da família Campos.
Ontem à noite, passando pelos locais que nos lembraram a catástrofe de agosto, nos demos conta de que ainda temos lapsos de memória significativos sobre os acontecimentos daqueles dias…

A tristeza voltou um pouco e, por coincidência ou não, depois sonhei com Eduardo Campos (um sonho bom e leve) e quando acordei encontrei Ítalo finalizando um artigo sobre ele, a ser publicado em breve em algum jornal daqui.

Um pedacinho daquele avião, de certa forma, também caiu em cima da minha cabeça naquele horroroso e traumático dia 13 de agosto. Entre o “boato” e a confirmação da morte ouvida no rádio do carro já chegando à casa dele, como se fosse eu a encarar a morte, aquele filme de que todos falam passou na minha mente: Eduardo muito jovem na campanha de 1986 nas madrugadas de gravação dos guias eleitorais que eu ia acompanhar; depois oficial de gabinete do governador…. a inauguração do comitê da sua campanha à prefeitura do Recife, em 1992, com a filha recém nascida… ai, ai…




Ítalo era amigo pessoal dele. Guilherme desde pequeno foi seu cabo eleitoral informal, até ser nomeado seu oficial de gabinete há 4 anos e virar seu (talvez) maior admirador. Eu… só sei que não sabia nem como chamá-lo desde que se tornou governador (não sei porque nunca o chamei de Dudu, nem de governador, só de Eduardo)…

Era amigo da nossa família. Por isso que quando soube do “boato” parei tudo, fui buscar Suzana no colégio e disse para Augusto ficar em casa. Foi o nosso 11 de setembro, como alguém já disse. Todo mundo desestabilizado. Não podia ser verdade… Eduardo não…

Não dá pra listar aqui as todas as demonstrações de amizade. Mas as últimas, que eu me lembro, sim: cancelou vários compromissos da sua agenda apertadíssima para ir ao velório do pai de Ítalo, no ano passado.

Alguns meses antes, em meio à multidão do carnaval do Recife, nos chamou para um brinde. Um encontro surpreendente, um governador andando no meio do povo em pleno carnaval… já era um “popstar”, e acho que nós já sabíamos, pois comentamos à época. Aquele menino de 1986 tinha adquirido uma estatura que nós já estávamos percebendo…

Mas esta estatura toda só veio a ficar totalmente clara para nós após a sua morte naquele maldito dia 13. Naqueles dias horríveis de pesadelo que se seguiram até o 17 de agosto quando o enterramos em Santo Amaro.

Que falta que ele faz. Como se nos faltasse, de repente, a garantia da presença dele lá, no governo… cuidando da gente. Ainda parece mentira.

— com Ítalo Rocha Leitão.

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