Por Tacio Lorran, compartilhado do Portal Metrópoles –
Professor “major Cláudio”, que dá aulas de geografia, criticou abordagem da PM durante os protestos desse fim de semana
Um professor do Colégio Militar de Brasília (CMB), que pertence ao Exército Brasileiro, foi afastado do ofício após criticar durante uma aula a abordagem de policiais durante os protestos deste fim de semana e, em seguida, o fascismo.
O Colégio Militar de Brasília realiza uma reunião com os pais na tarde desta quinta-feira (04/06) para explicar o afastamento do professor de geografia major Cláudio Fernandes.
Veja:
Conforme apuração do Metrópoles, o professor dava aula nessa quarta-feira (03/06), por meio de uma live, para o 9º ano do ensino fundamental quando proferiu as críticas.
Durante o curso, o major apontou que os policiais trataram de uma maneira pacífica manifestantes pró-Bolsonaro, mas não os que protestavam contra o governo. “Então, dois pesos e duas medidas”, disse.
“No domingo, como vocês devem ter acompanhado, houve dois protestos. Uma senhora branca, falsamente com uma bandeira do Brasil nas costas, patriota de araque que ela é, e com um tremendo de um taco de beisebol: para fazer o que? O policial [disse]: ‘Não, minha senhora, saia daqui, e tal’. Enquanto que os outros manifestantes foram tratados a bomba de gás lacrimogênio”, afirmou.
Ele prosseguiu com uma crítica ao que chamou de fascismo, ideologia política surgida na Itália de Benito Mussolini, após a Primeira Guerra Mundial, e termo que tem sido usado pela oposição associado ao atual governo.
“Isso é para vocês refletirem que mundo de escuridão que a gente dá. E é esse o problema, porque isso tudo remete a um fascismo, que a gente não quer mais no mundo. E esse mundo é de todos”, completou o professor.
O diretor-geral do Colégio Militar de Brasília, Coronel Vinícius, gravou um vídeo confirmando o afastamento do professor. “Já determinei a abertura de um processo administrativo para esclarecer a situação e apurar responsabilidades”, afirmou.
O Exército Brasileiro foi procurado para comentar o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.