Com Evo a caminho do México, Exército ocupa as ruas e faz toque de recolher “informal” na Bolívia

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Publicado em Viomundo – 

Correndo o risco de ser capturado pela tropa de elite encarregada de combater o narcotráfico, financiada e treinada pela DEA, a polícia antidrogas dos Estados Unidos, o presidente Evo Morales deixou a Bolívia ontem à noite e seguiu para o México.

 

As ruas foram ocupadas pelo Exército, a pedido da segunda vice-presidenta do Senado, que se auto-intitulou ocupante do cargo vago por Evo, apesar disso não estar previsto na Constituição.

Helicópteros, blindados e homens fortemente armados passaram a patrulhar bairros de La Paz e Cochabamba, colocando em prática um toque de recolher informal.




No vácuo do poder, o Exército — que “recomendou” a Evo Morales renunciar — agora impõe a nova ordem ditada por dois líderes de oposição não eleitos, Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho.

Na prática, eles mandam e o Exército obedece.

É o golpe, que a mídia brasileira naturalizou. Num formato do século 21, “informal”, com o uso da força quando necessário para impor a vontade de perdedores na eleição presidencial.

Um prelúdio do que pode acontecer no Brasil?

Nesta terça-feira, a vice-presidenta do Senado deverá indicar um presidente provisório para promover novas eleições, sob alguma fórmula que deve impedir o Movimento ao Socialismo (MAS)  de concorrer.

O partido de Evo Morales tem mais de 2/3 das cadeiras das duas casas parlamentares do país, mas foi atropelado por milicianos armados.

Os milicianos fizeram ataques organizados a uma prefeita e dois governadores do MAS, além de incendiar a casa de uma irmão do presidente da República.

Evo teve mais de 45% dos votos nas eleições presidenciais mais recentes, que o Exército agora trata de suprimir.

Rússia, China e México denunciaram o golpe como golpe.

A Organização dos Estados Unidos (OEA), acusada pela Venezuela de promover a derrubada de Evo junto com a Casa Branca, ajuda a formalizar o novo governo da Bolívia, ao gosto dos golpistas de Santa Cruz.

Os indígenas quíchua, aymara e guarani, que representam 55% da população da Bolívia, prometeram reagir.

Agora, terão pela frente o Exército.

A polícia foi expulsa de Los Altos depois de matar dois homens e ferir uma menina de 9 anos de idade, à bala.

O governo provisório da Bolívia deverá ser rapidamente reconhecido pelos promotores do golpe, dentre os quais o Brasil e os Estados Unidos.

O vídeo abaixo registra como nenhum outro o avanço institucional do fascismo.

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